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 | 12/05/2011 11h25min

Entrevista com Péricles Chamusca, ex-técnico do Avaí: "O Catarinense é o Estadual mais equilibrado"

Treinador do Al-Arabi falou sobre a rotina no futebol do Catar

Felipe Albertoni  |  felipe.albertoni@rbsonline.com.br

De bem com a vida e com o futebol no Catar, onde dirige o Al-Arabi há um ano, o técnico Péricles Chamusca não tira da cabeça o futebol catarinense. Após a ótima passagem pelo Avaí em 2010, quando conquistou o Estadual, Chamusca foi seduzido pelas altas cifras oferecidas pelo clube árabe. Os laços com o Leão da Ilha, no entanto, seguem fortes.

— Continuo recebendo todas as notícias do departamento de marketing do Avaí. Recebo os e-mails sobre o dia-a-dia, o resumo que o Avaí faz dos jornais de Santa Catarina. Mantenho uma linha de contato com o presidente Zunino, foi uma passagem muito positiva — explicou o técnico em entrevista ao clicEsportes, por telefone, direto do Catar.

A mudança para o exterior, apesar do bom momento que vivia no Avaí, não é motivo de arrependimento para Chamusca. Pelo contrário: logo no ano em que foi contratado, conduziu o Al-Arabi ao título da Copa do Sheik Jassem. Na atual temporada, o time ficou na 4ª posição da liga do Catar — o que lhe garante uma vaga na fase classificatória da Liga dos Campeões da Ásia —, além de já estar nas quartas de final da Copa do Golfo.

A consequência dos bons resultados é que o Al-Arabi luta para renovar por ao menos mais um ano com o técnico, mas tem que enfrentar a concorrência de times da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes. Voltar ao Brasil, por enquanto, não está nos planos de Chamusca, segundo o próprio. Confira a seguir a entrevista que o treinador concedeu ao clicEsportes.

Futebol no Mundo Árabe x Futebol do Brasil

— Aqui não há muita cultura de ir ao estádio, todos os jogos passam na televisão. A maioria dos torcedores prefere ficar no conforto, é da cultura deles. Isso aos poucos está mudando e, quando tem jogos decisivos, o estádio enche. Nos jogos normais da liga, antes da decisão, a presença dos torcedores é pequena.

— Aqui, no período do calor, os treinos só podem acontecer à noite. Às 13h passa dos 50º, é impossível você treinar. Nesse período a gente treina às 21h, porque também coincide com o período do Ramadã, o jejum durante o dia da religião islâmica. Após o pôr do sol eles (jogadores) podem comer, mas nem água podem beber durante o dia. Eles normalmente dormem mais durante o dia, acordam, comem e depois a gente vai treinar.

Altos e baixos do Avaí e equilíbrio em SC

— O Avaí teve que fazer outra reformulação, é o terceiro ano seguido que muda tudo, por isso teve problemas no Estadual. Apesar que o Estadual de Santa Catarina é o mais equilibrado que já disputei. O Criciúma, com a entrada do Grupo Angeloni como patrocinador, passou a um nível de investimento maior, o campeonato ficou ainda mais duro. O Avaí teve que se reestruturar dentro do campeonato, tivemos a mesma reestruturação no ano passado, mas com uma estabilidade maior. A classificação à semifinal da Copa do Brasil consolidaria o trabalho que está sendo realizado, vai dar o 'choque' que a equipe está precisando.

A ascenção do Figueirense

— O Figueirense é uma equipe que hoje é muito bem dirigida. As equipes que tem essa consolidação profissional estão sempre abertas a novos projetos. Eu conheci a força do futebol de Santa Catarina. Apesar de ter feito um trabalho muito bom e gostar muito do Avaí, o futebol não permite que a gente tenha preferência de clube. Eu poderia treinar o Figueirense no futuro.

Retorno ao Brasil

— O Al-Arabi já demonstrou interesse na renovação, estou em um período de definição. Apareceram clubes interessados nos Emirados e na Árábia, mas estou dando prioridade à renovação. A opção de voltar para o Brasil é caso apareça algum clube com chance de se classificar à Libertadores. Pelo o que estou acompanhando do mercado no Brasil, os valores (de salário) são semelhantes ao que se paga aqui. A valorização dos treinadores no Brasil cresceu muito. Muricy (Ramalho), Felipão, Wanderley (Luxemburgo), puxaram os salários para cima e o patamar dos treinadores foi aumentando.

Natural de Salvador-BA, Péricles Chamusca tem 45 anos e iniciou a carreira de técnico no Vitória. Além do Avaí, ele treinou também as equipes do Botafogo, Goiás, São Caetano, Santo André-SP, Oita Trinita-JAP, entre outros. O título de maior destaque da carreira do técnico é a Copa do Brasil de 2004, com o Santo André-SP.

CLICESPORTES
Divulgação, assessoria de imprensa SMG / 

Péricles Chamusca em entrevista coletiva no clube Al-Arabi, do Catar
Foto:  Divulgação, assessoria de imprensa SMG


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