A mística do impossível volta a rondar o Grêmio após a derrota por 2 a 1 contra a Universidad Católica no Olímpico. Nesta quarta, a fim de passar às quartas de final e manter vivo o sonho do Tri da Libertadores, a equipe do técnico Renato recorre novamente ao apelido que o consagrou para superar os chilenos sem sete titulares, sob a pressão de 20 mil torcedores chilenos e a obrigação de vitória por dois gols de diferença.

No estádio San Carlos de Apoquindo, às 21h50min desta quarta, o Grêmio entra em campo sem alguns de seus principais jogadores. Ao centroavante Borges, somam-se, como desfalques, Lúcio, Victor, Willian Magrão, André Lima, Rochemback e Gabriel.

Devido à redução extrema de seu elenco, Renato tem dois pedidos. Para a torcida, o técnico pede fé. Para os jogadores, pede chutes a gol. Mesmo que seus desejos sejam atendidos, o treinador sabe da dificuldade que terá para suplantar a Universidad Católica

— Que o torcedor reze, que nos passe energia positiva, porque estaremos lutando em campo — prometeu Renato.

De acordo com o volante Fernando, um dos prováveis titulares no jogo, o discurso do técnico se baseia na possibilidade de reverter o resultado negativo dentro de casa. Segundo ele, a dedicação na hora da partida pode mudar os rumos aos quais o Tricolor se encaminha caso não reaja.

— É bem complicado, né? Mas, como o professor Renato vem passando pra gente, como eles foram lá em Porto Alegre e fizeram o resultado, a gente tem plenas condições de vir aqui na casa deles e conseguir o resultado. E a gente não pode ficar lamentando quem tá suspenso, quem tá machucado. Tem que vir aqui, correr os 90 minutos e procurar a classificação. O Grêmio tem esse histórico de imortalidade dentro de casa e também fora. É muito difícil? É. Mas não é impossível. O campo é deles, a torcida é deles. É muito difícil? É. Mas não é impossível. Como eu disse, tem que correr os 90 minutos.

Garantido no time, Adilson concorda com Fernando e Renato: é possível. Para isso, o jogador entende que a equipe precisa atuar de forma ofensiva e confiar no histórico:

— O que a gente não pode fazer é se retrancar — disse em entrevista à Rádio Gaúcha. — Tem que buscar o gol a todo momento. Com certeza, a gente vem aí num momento difícil, com muitos desfalques. Então a gente tem que procurar o histórico, a história que o gremio tem de reverter situações difíceis.

Com a mesma perspectiva, da superação, o mandatário tricolor, Paulo Odone, lapida sua fala para inflamar os jogadores. Antes da partida, ele entrará no vestiário e, acompanhado por Renato e outros dirigentes, lembrará os feitos do clube para reforçar a confiança e a dedicação de cada um dos atletas:

— Uma vitória nesse jogo passará muito pela força interior deles. Os jogadores precisarão soltar o touro que há dentro da cada um deles, aquela força a mais que há neles.

Embora prepare o discurso, o Grêmio improvisa na escalação. Sem os titulares, a provável formação da equipe deve apresentar: Marcelo Grohe; Mário Fernandes, Rafael Marques (Neuton), Rodolfo, Gilson; Adilson, Vilson, Fernando (Escudero), Douglas; Leandro e Viçosa.

Já o Universidad Católica conta com todos os seus jogadores para segurar a vantagem dentro de casa. O técnico Juan Antonio Pizzi deve levar a campo a seguinte escalação: Garcés; Valenzuela, Martínez, Henríquez e Eluchans; Ormeño, Silva, Meneses, Tomas Costa e Cañete; Pratto.

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