Renato não quis comentar o pênalti perdido por Borges nas cobranças que definiram o Inter como campeão da Taça Farroupilha do Gauchão, no Gre-Nal 385, disputado no domingo, no Beira-Rio. O treinador disse que o assunto era interno. No entanto a direção não se estendeu nos comentários, lembrando que o atacante tem contrato até o final deste ano. Já o jogador, ainda triste pela derrota e pela bola chutada para fora, afirma que não se sente ameaçado.

— Meus dias não estão contados, tenho contrato até dezembro. Tenho procurado fazer meu melhor, mas há momentos em que as coisas não acontecem como a gente quer. David Villa ficou 11 jogos sem fazer gols no Barcelona. Imagina se fosse aqui isso? Eu tenho equilíbrio, estou trabalhando para melhorar. Se amanhã ou depois a direção não quiser continuar comigo, vou respeitar e procurar trabalho em outro lugar, mas meu foco é o Grêmio — disse o jogador.

A má fase de Borges conta com atuações abaixo do esperado, expulsão e erro na cobrança de pênalti. O cartão vermelho que ele recebeu contra o Universidad Católica no primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores, no Olímpico, faz com que ele seja mais um desfalque para o grupo que viaja ao Chile nesta segunda para a partida da quarta-feira, em Santiago. A delegação conta com 17 atletas relacionados.

Irritado com alguns comentários que ouviu, sobre erro ao cobrar o pênalti no Beira-Rio, Borges não hesitou em responder:

— Eu treino dos dois lados, os últimos pênaltis eu tinha batido do mesmo lado, e bati do outro, mas infelizmente a bola subiu. De maneira alguma perderia o pênalti de propósito, isso é um absurdo. Tenho respeito pelo Grêmio, treino para fazer o melhor. Perdi o pênalti, dou minha cara para bater, não me escondo. Infelizmente isso aconteceu com a gente — explicou o jogador, que ainda disse que um buraco perto da marca fez com que a bola subisse.

Borges ainda disse não entender a declaração de Renato após o jogo, não querendo comentar a situação do atacante. O jogador afirma que está feliz em Porto Alegre, se sente muito bem no Grêmio e que sua esposa gosta de morar na cidade.

— Não entendi essa colocação, vocês poderiam perguntar para ele, nunca fui problema no vestiário e não quero atrapalhar. Não sei nem o que dizer porque não ouvi essa declaração. Trabalhei com técnicos que defendem o grupo, e o Renato é um desses. Ele é um cara que foi centroavante, que fazia gols, e que pode me ensinar muito. Tenho minha consciência tranquila — comentou.