Poucos dias após a grande decepção diante do Universidad Católica, pela Libertadores, o Grêmio terá pela frente o clássico Gre-Nal. No domingo, a equipe comandada por Renato precisa esquecer da derrota para os chilenos e encarar o maior rival na decisão da Taça Farroupilha.

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A situação deixa angustiada boa parte da torcida tricolor. O temor é que, com um novo revés, o time perca o rumo definitivamente. Porém, há um jogador no atual elenco gremista que já vivenciou situação semelhante dentro do próprio clube. Lúcio era o lateral-esquerdo titular de Mano Menezes em 2007, quando o Grêmio perdeu a final da Libertadores para o Boca Juniors no meio da semana e, no domingo, enfrentou um Beira-Rio lotado de colorados, grande parte vestindo as cores da equipe argentina e máscaras de Riquelme, o grande algoz tricolor. A vitória de 2 a 0 dentro da casa do adversário ficou guardada na memória do atual meia-esquerda do Grêmio.

– Comentei com os meus companheiros. É semelhante, mas aquela situação era até pior. Não tivemos nem tempo de lamentar a derrota. É o que tá acontecendo aqui. A única maneira de reverter é dentro de campo. Domingo é o dia de mostrar que o que aconteceu contra a Católica foi acidente. Se vencermos com certeza vamos devolver a alegria aos nossos torcedores – disse Lúcio.

Depois da derrota para o Boca Juniors, Mano Menezes teve muitos problemas para escalar o time que entraria em campo no Gre-Nal realizado no dia 24 de junho de 2007. Com uma lesão nos ligamentos, o zagueiro Teco ficaria de fora até o final da temporada. Tcheco sentia uma lesão muscular. Uma fratura no nariz afastou o centroavante Tuta. Carlos Eduardo e Lucas serviam à seleção sub-20.

A solução encontrada por Mano Menezes na época foi a mesma que Renato usou assim que chegou ao Grêmio. Escalou Lúcio no meio-campo. E o resultado também foi muito satisfatório. Aos sete minutos de jogo, Clemer saiu jogando errado. A bola ficou com Lúcio. O jogador deixou Índio e Ceará para trás e tocou na saída do goleiro. No segundo tempo, Diego Souza marcaria mais um e fecharia o placar em 2 a 0 para o Grêmio.

– Comecei como meia. Na mesma função que venho atuando com o Renato. Mas fui recuado quando o Bruno Telles machucou o joelho. Mas o que o time jogou aquele dia foi coisa sobrenatural. Todo mundo jogou bem. Parecia que estávamos jogando no Olímpico. Fomos muito concentrados para a partida. A semana que antecedeu também foi de muita preparação para o que iríamos enfrentar no Beira-Rio

Lúcio disse que Renato vem fazendo a mesma feita por Mano quatro anos atrás. Passando força e tranquilidade aos atletas:

– A única maneira de reverter e voltar a sorrir era vencer o clássico. A mesma coisa que agora. O mínimo que podemos fazer pela torcida é dar a vida neste Gre-Nal – disse o meia-esquerda, que garante que o clássico de 2007 foi um dos maiores jogos de sua carreira:

– A vida toda, sempre ouvi falar do Gre-Nal, que tinha muita rivalidade. Consegui marcar um gol e eu sei do peso que foi este gol. Pelas circunstâncias também que vivíamos naquela época. Vínhamos de uma derrota, ouvindo torcedores do outro time dizendo que iriam terminar de enterrar nossa equipe, ironizando nossos torcedores. Com certeza aquele jogo ficou marcado na minha vida.

Com duas lesões, uma na virilha e outra na panturrilha, Lúcio está fora do clássico deste domingo. O jogador ainda será reavaliado pelos médicos, mas são poucas as chances de atuar no Chile.