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 | 25/03/2011 07h14min

Guia da F-1: as promessas, as novidades e o que esperar da temporada 2011

Com novo regulamento, categoria deve ganhar mais emoção

Acabou a espera para os fãs de velocidade. Mais de quatro meses depois de Sebastian Vettel conquistar o campeonato mundial de 2010 em Abu Dhabi, uma nova temporada da Fórmula-1 começa neste fim de semana em Melbourne, na Austrália, cercada de expectativa. As mudanças no regulamento e a rivalidade entre equipes e pilotos prometem sacudir a categoria em 2011. Há espaço até para alguma surpresa.

Era para o campeonato começar no dia 13 de março, no circuito de Sakhir, no Bahrein, mas a recente onda de protestos e violência em alguns países do Oriente Médio levou a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) a cancelar o GP. A decisão foi muito bem recebida pelas equipes, que ganharam mais tempo para se adaptar às novidades que vem por aí.



Clique no gráfico e confira o guia da temporada 2011





As mudanças técnicas incluem um novo fornecedor único de pneus (depois de 13 anos, os japoneses da Bridgestone dão lugar aos italianos da Pirelli), a volta do Kers (a tecnologia que armazena a energia cinética despendida nas freadas e a reutiliza gerando potência extra aos motores) e, principalmente, a introdução de aerofólios traseiros flexíveis, ajustáveis pelos pilotos.

Mas é o novo regulamento esportivo, no entanto, que promete dar o que falar. Depois de muita polêmica, a FIA decidiu suprimir do livro de regras o artigo 39.1, que proibia o famigerado jogo de equipe. Amplamente utilizada pela Ferrari quando era ilegal — Rubens Barrichello e Felipe Massa que o digam — a estratégia de ordenar que um piloto ceda passagem a outro está liberada. Não há mais do que reclamar.

Red Bull continua o carro a ser batido

Sem mudanças nas três grandes equipes (Red Bull, McLaren e Ferrari), dois pilotos despontam como favoritos ao título de 2011: Sebastian Vettel e Fernando Alonso, campeão e vice no ano passado, respectivamente. Correndo por fora, estão o australiano Mark Webber, o brasileiro Felipe Massa, os ingleses Lewis Hamilton e Jenson Button, da McLaren, e os alemães Michael Schumacher e Nico Rosberg, da Mercedes.




Red Bull é favorita ao bi no mundial de construtores e pilotos



Pelo que se viu na pré-temporada, a Red Bull segue com o melhor carro do grid. Embora nem sempre tenha marcado os melhores tempos nos testes em Valência e Barcelona, o modelo RB7 projetado por Adrien Newey mostrou ser o mais equilibrado. E também não apresentou defeitos, calcanhar de Aquiles da equipe em 2010. A Ferrari 150th Italia acumulou muitos quilômetros e mostrou ser confiável, mas parece um passo atrás dos austríacos.

A grande decepção foi o MP4-26 da McLaren. O design do carro é bonito, com entradas de ar laterais em forma de “L” e outros inovações aerodinâmicas, mas ele simplesmente não anda rápido. Tanto que recebeu críticas contundentes de Hamilton e Button. Não fosse a extraordinária capacidade de recuperação demonstrada pela McLaren ao longo dos anos, certamente a equipe inglesa já poderia ser descartada da briga pelo título.

Outras duas equipes surgem como candidatas a surpresa do ano: Mercedes e Lotus Renault. A primeira colocou Schumacher e Rosberg no topo da tabela de tempos nos últimos testes em Barcelona. Já a Lotus Renault, de volta com as tradicionais cores preta e dourada, já havia andado rápido com o polonês Robert Kubica antes de ele sofrer um acidente em uma prova de rali na Itália e ficar de fora da disputa. O alemão Nick Heidfeld foi escolhido como substituto.

Ano de “tudo ou nada” para Felipe Massa 

Com a saída de Lucas Di Grassi da Virgin e a ida de Bruno Senna para a Lotus Renault, como piloto de testes, o Brasil volta a ser representado por apenas dois pilotos: Felipe Massa e Rubens Barrichello. Veterano das pistas, com 307 GPs disputados, Rubinho encabeça pelo segundo ano o ambicioso plano da Williams de voltar a ser grande como nas décadas de 1980 e 1990. Durante os testes, o modelo FW33 mostrou que tem potencial para crescer.


 



Felipe Massa terá que diminuir a vantagem de Alonso sobre ele



Já para Massa o ano é de reação. Com seu contrato com a Ferrari terminando no final de 2011, ele entra na disputa pressionado a mostrar que pode acompanhar o ritmo de seu companheiro Alonso. Depois de quase ser campeão em 2008 e escapar da morte por pouco no GP da Hungria de 2009, o brasileiro terminou a última temporada na medíocre sexta colocação, sem jamais ter conseguido se aproximar do ritmo do bicampeão espanhol.

Com Alonso determinado a conquistar o título que perdeu para Vettel na última corrida de 2010, o brasileiro terá também que lidar ainda com a preferência da Ferrari pelo espanhol. Se antes da liberação do jogo de equipe Alonso já era amplamente favorecido pela escuderia italiana, a tendência é o brasileiro ser relegado oficialmente ao posto de segundo piloto agora que não há qualquer proibição nas regras. A única maneira de evitar isso é ser mais rápido que o espanhol, uma tarefa nada fácil.

Maior desafio será terminar as corridas

Mas há esperança para o brasileiro da Ferrari. A chegada dos pneus Pirelli à Fórmula-1 pode recolocar Massa no pelotão da frente. Por seu estilo de pilotagem, ele e Schumacher tiveram dificuldades no ano passado com os compostos da Bridgestone. Não conseguiam aquecer os pneus corretamente, alegaram ambos. Nos testes de pré-temporada, já com os novos pneus, Massa chegou a superar os tempos de Alonso diversas vezes.



Pneus Pirelli se desgastam rápido propositalmente



Os pneus, aliás, prometem ser protagonistas em 2011. Nos primeiros testes em Valência, os pilotos reclamaram do excessivo desgaste da borracha. Os compostos supermacios mal aguentavam 25 voltas antes de quase se desmancharem. Não se trata, porém, de má fabricação. Essa situação adversa foi propositalmente criada a pedido da FIA, a fim de aumentar as entradas nos boxes e, consequentemente, as variáveis durante a prova. Não basta mais um bom carro sem uma boa estratégia.

Foi também com o intuito de dar mais emoção às corridas e facilitar as ultrapassagens que a FIA introduziu as asas traseiras móveis. O flap  poderá ser ajustado pelo piloto para criar menos arrasto aerodinâmico nas retas, promovendo aumento da velocidade. O sistema será controlado eletronicamente e só poderá ser utilizado pelo piloto em determinado ponto do circuito, que será previamente escolhido, quando ele estiver a menos de um segundo do adversário à frente.



Volante da McLaren parece um controle de videogame



Assim com o Kers, o aerofólio traseiro também será controlado por um botão no volante. Mais um. Nos últimos 18 anos, o número de comandos de um volante de F-1 passou de dois para 24 ou mais. O da Sauber, por exemplo, tem 27. Parece um joystick de videogame. A rigor, isso significa que os pilotos terão de passar mais tempo olhando para as próprias mãos e menos para a pista. Há quem veja isso com preocupação. Basta um vacilo para estragar uma corrida ou, pior, provocar um acidente.

Outras novidades, como o fim dos difusores duplos introduzidos pela Brawn GP em 2009 e o aumento do peso dos carros de 620 para 640kg, devem tornar as máquinas cerca de 1 segundo mais lentas. Também porque elas estão elas estão cada vez mais difíceis de serem guiadas. Na temporada 2011, antes de sonhar com um pódio ou com pontos no campeonato, os pilotos precisarão primeiro terminar as corridas. E isso vale tanto para as equipes grandes como para as pequenas.

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