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Esportes  | 22/03/2011 04h53min

No Ataque: haveria Mazembe se fosse Damião o titular?

Da várzea na periferia de São Paulo, sem jamais ter passado por categorias de base, elevai conhecer Londres e enfrentar a Escócia

Diogo Olivier  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Fui ao Beira-Rio para a entrevista de Leandro Damião, desde ontem um centroavante de
Seleção Brasileira. Da várzea na periferia de São Paulo, passando pelo Atlético, de Ibirama (SC), sem jamais ter passado por categorias de base, ele agora vai conhecer Londres e enfrentar a Escócia.

Nada mau para quem foi chamado de desengonçado há pouco menos de cinco anos, quando alguns visionários tentaram desencorajá-lo de ser jogador.

Lá pelas tantas, ainda no Beira-Rio, soube que também ontem Alecsandro passou pelo estádio para se despedir. Bonito gesto. É um profissional sério. Não há informação desabonatória de conduta em nenhum dos clubes pelos quais passou. Tomara mesmo que faça lá, no Vasco, gols decisivos e traduza tudo em empatia com a torcida, artigos que faltaram em Porto Alegre.

Mas a comparação, diante do simbolismo (um sendo chamado para a Seleção, o outro indo embora quase anônimo) é inescapável.

Quanto tempo o Inter perdeu com Alecsandro no time e Damião no banco?
Mais de um ano, eu diria.

O gol de Damião na final da Libertadores, contra o Chivas, poderia ser o começo da avalanche.
Mas não.

Alecsandro voltou de lesão direto para o time titular. Damião seguiu no banco, e o Inter seguiu com problemas de "contundência ofensiva", como definiu o técnico Celso Roth durante o segundo semestre de 2010.

A escassez de gols seria culpa do esquema, que isolava Alecsandro. Ouvi muito isso. Bastou dar uma chance a Damião e ele, com o mesmo esquema, desatou a fazer gols de todas as maneiras. Ganhou a posição na marra.

Agora vou fazer uma pergunta dolorosa para os colorados. 

Sei que deveria ser um dia apenas de felicidade diante de duas notícias tão boas como a convocação e a aprovação unânime da parceria com uma construtora para tocar as reformas no Beira-Rio, afastando o risco de envididamento medonho do clube por uma década. Bem, trata-se de pergunta obrigatória:

Se fosse Leandro Damião o centroavante em Abu Dhabi, a história não seria diferente?

Nunca é tarde para examinar os erros do passado. Reconhecê-los evita que se repitam no futuro. Com Oscar, por exemplo. É outro jovem que pede passagem no time titular às custas de boas atuações — mas ainda não tem lugar garantido após a volta de D'Alessandro.

Nunca é tarde para um jovem talento explodir. Mas, no caso do Inter, ter atrasado o surgimento do fenômeno Damião pode ter custado ao menos a oportunidade histórica de jogar a final em Abu Dhabi.

ZERO HORA
Juliano Schuler / Agencia RBS

Centroavante foi convocado por Mano Menezes para a Seleção brasileira
Foto:  Juliano Schuler  /  Agencia RBS


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