Foi uma coletiva leve, de sorrisos e cumprimentos na tarde desta segunda na sala de conferências no Beira-Rio. Convocado por Mano Menezes para o amistoso da Seleção Brasileira, diante da Escócia, Leandro Damião ainda não conseguia sequer buscar palavras para expressar a felicidade. Do treino direto para a entrevista, o centroavante do Inter sequer teve tempo de falar com o pai, seu Natalino, para comemorar a convocação. Mas já garante que, se entrar em campo e fizer gol, haverá "bigode" na comemoração:

– Com certeza vai ter bigode. Todas as comemorações que eu puder homenagear, vou fazer o bigode em homenagem ao meu pai - garantiu. – Meu pai é uma grande pessoa. Não tem explicação falar sobre ele. Quando eu o homenageei, ele já dizia que eu poderia chegar à Seleção. Graças a Deus isso está acontecendo na minha vida e assim vai, pouco a pouco.

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Damião viaja na quarta-feira para se apresentar à Seleção. Não joga com o São José no gramado artificial do Passo D'Areia nem no fim de semana com o São Luiz, no Beira-Rio. O compromisso dele agora é no domingo, com a equipe de Mano, no Emirates Stadium, em Londres – casa do Arsenal. Dos convocados, o atacante colorado já elegeu com quem vai falar primeiro.

– O Sandro é um cara que eu sempre admirei aqui no Inter. Vai ser o primeiro que ao chegar lá vou dar um abraço – disse Damião sobre o ex-volante do Inter, atualmente no Tottenham.

Ao chegar no grande momento sonhado desde que tinha 7 anos, quando seu Natalino o presenteou com uma bola, o jogador lembrou também dos momentos complicados. Ele quase chegou a abandonar o futebol para ajudar a família de outra maneira, fora dos gramados.

– Foi complicado no Atlético de Ibirama, diziam que saí de São Paulo a toa, que não iria vingar. Busquei fazer meu trabalho direito, fui atrás do meu espaço. Teve momentos que eu poderia ter largado a bola para ajudar minha família de outra maneira. O clube lá me ajudou e pude dar continuidade à carreira – disse.

Leandro Damião chegou ao Beira-Rio em 2009 para integrar os juniores. No ano seguinte, passou para o time B. Mas chamou a atenção de Jorge Fossati, técnico do Inter na época. Posteriormente, Celso Roth depositou confiança no jogador na final da Libertadores. Foi dele o segundo gol na final com o Chivas, no Beira-Rio.

– Até aqui foram muitas pessoas importantes, desde que vim de Santa Catarina. O Osmar Loss, o Ortiz, o Fossati, o Celso Roth, que confiou em mim na final da Libertadores - lembrou. – A convocação é uma vitória de todos que apostaram em mim - finalizou.