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Esportes  | 10/03/2011 08h02min

Vices das gestões passada e atual divergem sobre déficit do Inter

Assunto virou um dos pontos de discussão nos debates sobre a reforma do Beira-Rio

Leandro Behs  |  leandro.behs@zerohora.com.br

O déficit do Inter em 2010 virou um dos pontos de discussão nos debates sobre a reforma do Beira-Rio, se com parceria ou autofinanciamento. A nova gestão, comandada por Giovanni Luigi, entende que o clube encerrou 2010 com déficit de R$ 20,4 milhões. A administração passada, de Vitorio Piffero, garante que o déficit é de R$ 2,6 milhões. Com base em documento com números da atual gestão, ZH ouviu o atual primeiro vice do Inter, Luís Anápio Gomes, o vice de Piffero Mário Sérgio Martins, o homem das finanças da última gestão, e dois economistas.

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>>> Em vídeo, Siegmann e Piffero argumentam sobre reformas

LUÍS ANÁPIO GOMES, 1° vice do Inter
Representante do grupo a favor da parceria com a empresa Andrade Gutierrez

Déficit alto

"O déficit do clube seria ainda superior aos R$ 20,424 milhões apontados no documento. Passaria dos R$ 30 milhões. Os números não estariam corretos, pois parte da venda do Estádio dos Eucaliptos, R$ 15 milhões de um total de R$ 28,2 milhões (o restante deve ser pago nos próximos meses), teria ingressado no caixa do clube e contabilizado para amenizar o déficit. A atual direção entende que essa verba não poderia ser relacionado para o caixa por tratar-se de um dinheiro exclusivo para as obras do Beira-Rio.

Novas dívidas

"O clube já começou 2011 obrigado a cobrir R$ 78 milhões ao longo do ano — de dívidas a pagar, compromissos assumidos no ano passado, entre outros. Assim, o dinheiro da venda de jogadores será usado para cobrir esses compromissos. Giuliano, negociado em janeiro, renderá ao clube pouco menos de R$ 20 milhões. Como as vendas minguam ano a ano (em 2007, o clube teve uma receita líquida de R$ 56,32 milhões; em 2008, R$ 48,49 milhões; em 2009, R$ 45,35 milhões; e em 2010, R$ 34,51 milhões), e muitas receitas foram antecipadas, o clube precisaria cada vez recorrer a empréstimos bancários para saldar dívidas — contraindo novos débitos.

Apreciação das contas

A contabilidade de 2010 deverá ser apreciada pelo Conselho Deliberativo no próximo dia 21. Já passou por auditoria e está sob análise do Conselho Fiscal. Este déficit aponta para a inviabilidade de assumirmos novas despesas, como bancar a reforma do estádio sozinho, por exemplo. Na atual situação financeira, se tivermos que bancar as obras, teríamos que tirar dinheiro de todos os setores do clube, até do futebol, o que é impensável. Estes números escancaram a inviabilidade financeira para o clube seguir em uma aventura como a reforma do estádio com o autofinanciamento.

MÁRIO SÉRGIO MARTINS, 2° vice-presidente na gestão Piffero
Representante do grupo contrário à parceria com construtoras

Déficit baixo

Desconheço estes números da atual gestão. Acho estranha esta insistência em diminuir o clube. Este número de R$ 20 milhões é irreal. Fechamos a contabilidade do ano passado somente há 15 dias, como este número foi divulgado desta forma? O déficit de 2010 foi de R$ 2.636.529,00. Não há outro número. É claro que a venda dos Eucaliptos foi contabilizada. E não só R$ 15 milhões, mas a totalidade: R$ 28,2 milhões, é algo normal, é o correto a fazer em um balanço.

Dívidas sob controle

O passivo do clube está sob controle, tanto é assim que o déficit de 2010 é um dos menores dos últimos anos (2006 ficou em R$ 501 mil; 2007, em 18,9 milhões; 2008, em 4,4 milhões; 2009, em R$ 8,9 milhões). Não sou eu que tenho que explicar esta diferença de déficit. O nosso está correto, é de R$ 2,6 milhões e será apresentado ao Conselho. Quem assume o clube precisa ter competência para tocar o clube. Infelizmente, em clubes de futebol, seja Barcelona, Flamengo, São Paulo, Inter, Bayer ou qualquer outro, dificilmente você consegue fechar o balanço certinho. É uma dificuldade que temos. Orçamento é uma peça proposta para o que vamos gastar e para o que vamos receber. Nem sempre tudo isso será usado.

Apreciação das contas

Apresentaremos este déficit ao Conselho. Não há maquiagem alguma nisso, não entendo a insistência em dizer que o Inter é um clube falido. Faturamos R$ 200,7 milhões no ano passado (receita bruta) e tivemos uma receita (bruta) de R$ 166,9 milhões. Em nosso balanço, não entrou uma discussão jurídica com o Banco Central, de R$ 11 milhões, uma dívida federal de 20 anos atrás, e que entendemos que não devemos pagar, como diversos outros clubes fizeram, obtendo ganho de causa na Justiça.

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