Não passa deste mês uma definição vital para o futuro do Inter, no campo e no balancete.

As reformas do Beira-Rio serão mesmo bancadas por uma construtora, a Andrade Gutierrez. Ontem teve reunião do Conselho, já com alguns leves sobressaltos. No dia 28, talvez no dia 2 de março, haverá outra. Até lá, o executivo Aod Cunha percorrerá os caminhos do estatuto para mostrar o buraco financeiro em que o clube pode cair se não agir rápido.

O primeiro passo é levar o diagnóstico ao Conselho Consultivo, de ex-presidentes, do clube e do colegiado legislador. Depois será a vez do Conselho Fiscal. Quer chegar à próxima reunião com o aval político.

A direção necessita do sim do Conselho Deliberativo para enterrar de vez o modelo em vigor, sustentado no hipotético aluguel de camarotes do Beira-Rio.

De tão simples, a conta parece mesmo conto de fadas. Se o custo estimado do novo estádio é de R$ 150 milhões, basta arrumar 150 endinheirados dispostos a pagar R$ 1 milhão por 10 anos de aluguel de camarotes e pronto: final feliz.

O problema é que a Fifa é medonhamente prática e cobra solução para garantir a conclusão das obras até a Copa das Confederações, em 2013.

É aí que entra a construtora, no caso a Andrade Gutierrez.

A empresa mineira, além de construir um novo CT e um prédio garagem de estacionamento, propõe manter em poder do Inter todas as receitas do futebol. Cotas de TV, bilheteria, quadro social, negócios com jogadores, tudo segue como está.

O lucro viria da exploração do Complexo Beira-Rio: estacionamento, camarotes, hotel, shopping. A Andrade Gutierrez — que encamparia as obras já, com recursos próprios, até liberar financiamento do BNDES — trabalha com duas empresas norte-americanas especializadas na otimização comercial de espaços esportivos.

O novo custo da obra vai a R$ 250 milhões, mas este passa a ser problema da construtora. Mais: estará livre do risco de perder a chancela de estádio da Copa de 2014 depois de alardear ao mundo a importância desta escolha.

O que seria um fiasco estilo Mazembe.