De um lado, qualidade. De outro, a consequente e natural visibilidade em torno de atletas muito conhecidos. A colônia argentina que se formou no Beira-Rio, além de técnica apurada, tem chamado a atenção do Inter pela América do Sul. Apesar de o time ter conquistado títulos nos últimos anos e estar sempre na mídia, os hermanos são atletas bem conhecidos pelos países vizinhos.

A comprovação do fato ocorreu na edição de 2010 da Libertadores. Nas viagens, Pato Abbondanzieri, então goleiro da equipe, era um dos mais assediados pelo seu currículo, que incluía a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, e os inúmeros títulos com a camisa do Boca Juniors.  
 
– Já tínhamos experimentado isso com o Abbondanzieri. Testemunhei o quanto eles (argentinos) eram mais conhecidos do que os  brasileiros. São atletas com muito renome – confirma o vice de futebol, Roberto Siegmann.

O dirigente gosta de afirmar que o Inter precisa “ter a cara da Libertadores”: aguerrido e competitivo. Apesar de exaltar o futebol brasileiro, entende que os jogadores nascidos nos outros países sul-americanos são atletas com um espírito de maior “indignação”.     
 
– Não é um demérito para os brasileiros, mas precisamos ter um time com a cara da Libertadores. Isso será positivo na formação da equipe.
 
D’Alessandro, Guiñazu, Cavenaghi e Bolatti já atuaram pelo futebol europeu. O articulador revelado pelo River Plate defendeu o Wolfsburg, Portsmouth e Zaragoza. Durante toda a sua carreira, foi convocado para a seleção da Argentina. Guiñazu jogou no Newell´s Old Boys e Independiente na terra de Maradona, no Libertad, do Paraguai, além do Perugia, da Itália, e do Saturn, da Rússia.
 
Cavenaghi, assim como El Cabézon, iniciou no River. De lá, jogou no Spartak, de Moscou, no Bordeaux, da França, e no Mallorca, da Espanha. E Bolatti, recém-contratado da Fiorentina, defendeu a Argentina na Copa do Mundo da África do Sul. 
 
– Mas eles não foram contratados em razão da nacionalidade, e sim de suas qualidades – faz questão de ressalvar o dirigente colorado.