Aod Cunha, o primeiro CEO (Chief Executive Office) do futebol brasileiro, uma espécie de executivo principal, está completando um mês de trabalho pelo Inter. Em uma pequena sala de conversações, Aod se empolga e esparrama seus planos, primeiras ações e faz questão de destacar o seu grande projeto: a criação de um fundo de investimentos colorado. A seguir, o que está sendo feito, o que virá nos próximos meses, dificuldades produzidas pela peculiar cultura do futebol e aceitação interna das suas ideias. Aod quer dar ao Inter a formatação de uma empresa auto-sustentável e acredita que o mercado vai determinar essa organização "por bem ou por mal". Seria, apenas, uma questão de tempo. É sua convicção de que, no futebol brasileiro, dentro de cinco a 15 anos, só haverá cinco ou seis grandes orçamentos, entre os clubes, repetindo o que já acontece na Europa. Aod é incansável na busca de informações que possam ajudá-lo na profissionalização da gestão. Neste momento, seu livro de cabeceira é A Bola Não Entra Por Acaso, de Ferran Soriano. Aod recomenda. Talvez tenha ajudado no seu projeto de fazer um fundo com o clube, sócios e empresários. Veja o que ele diz:

Projeto inédito

Aod já expôs seus planos a executivos de grandes bancos e conta com a aprovação da equipe de Vicente Falconi, criador do Instituto Nacional de Desenvolvimento e Gestão (INDG), que viabilizou as finanças do governo de Minas Gerais e foi contratado pelo Inter para apoiar o projeto de crescimento auto-sustentável. Qual o seu plano? Aod disserta:

– Estou estudando a criação de um fundo de investimentos, sustentado por jogadores formados pelo clube. O Inter teria controle sobre o fundo (51%), e o restante poderia ser adquirido por empresários e, principalmente, sócios da instituição.

Aod se empolga com o seu projeto:

– Seria uma iniciativa inédita no futebol brasileiro.

Enquanto isso, Aod tenta ajustar 30% nas receitas e despesas.

O equilíbrio vem este ano

O executivo garante que até o final de 2011, o Inter marchará com passos firmes na direção do equilíbrio financeiro. Vai ganhar autonomia de investimentos e diminuir a dependência de venda de jogadores. Nesta caminhada, buscará a afirmação da profissionalização do clube e a sedimentação de valores que se tornem permanentes, independentemente das naturais oscilações políticas do clube. Aod sabe o que fala: ele tem experiência em economia, com ênfase em macroeconomia, econometria e finanças.

– Estou comprando um sonho.

Além de explicar como funcionará o fundo, Aod ainda falou sobre a reforma do Beira-Rio, cogitou promover um road show para expor seu projeto a investidores e enxugar a diretoria e previu que ainda neste ano o Inter chegará ao equilíbrio financeiro. Leia a reportagem completa na edição desta terça de Zero Hora.