Carlos Guilherme Ferreira  |  carlos.ferreira@zerohora.com.br

Enquanto os torcedores não chegam para o Gre-Nal das 19h30min, o Atilio Paiva passa por retoques finais. Funcionários trabalham no campo, arrumando placas de publicidade e remexendo a brita atrás de um dos gols, o do placar eletrônico - onde ficará a torcida do Grêmio.

Às 11h20min, quatro operários passavam calor devido ao sol, implacável na tarefa de esquentar Livramento, Rivera e o que mais possa haver na fronteira. No pátio, porém, havia sombra. É onde estavam estrategicamente estacionados os caminhões que geram imagens para a transmissão do Gre-Nal. Alguns funcionários circulavam por ali, em meio a jovens com jalecos brancos, nos quais se lia "Equipe de Alimentação".

Foto: Ricardo Duarte

Aliás, quem quiser matar a fome no entorno do Atilio Paiva já pode fazê-lo. Uma quadra antes do estádio, na Avenida Itália, ambulantes dividiam espaço com bandeiras e camisetas dos times à venda, em esquema semelhante ao registrado nos últimos dias no Parque Internacional, divisa entre Livramento e Rivera.

O riverense Roberto Brum chamou a atenção em meio aos colegas pela fumaça da grelha onde preparava chorizo, uma espécie de salsichão uruguaio.

— Mas o chorizo é com queso — ressaltou, em portunhol, sobre o recheio com queijo.

Foto: Ricardo Duarte

Instalado debaixo de um toldo azul, Brum assava o chorizo para vendê-lo como choripan. Por R$ 3, o torcedor pode levar este cachorro quente com maionese, mostarda, ketchup, alface, tomate e pesto (uma mistura de alho e cebola picados). Dava água na boca.

Mas Brum, acredite, não sabia o horário do clássico. Estabelecido desde as 10h, tomou um susto ao ser informado. Concluiu:

— La gente vem à tarde.

Isto mesmo. Até o momento, o Atilio Paiva continua na calmaria característica da Rivera longe dos free-shops e da Sarandi. Prova disso foi um homem trotando a cavalo, de boné do Grêmio, na rua que circunda o estádio.

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