| 12/01/2011 19h39min
As prefeituras de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo foram alertadas regularmente pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (Crea-RJ) sobre a ocupação desordenada das encostas nos últimos dois anos. A afirmação é do presidente da entidade, Agostinho Guerreiro.
— Fizemos contatos regulares por meio dos engenheiros filiados ao Crea-RJ e nunca obtivemos resposta. Isto não é novidade. Em Niterói, mesmo após a tragédia do Morro do Bumba, a prefeitura não respondeu aos nossos demais alertas — lamentou Guerreiro.
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Ele afirmou que o planejamento urbanístico da ocupação do solo na Região Serrana é "próximo de zero".
— As prefeituras são despreparadas do ponto de vista técnico e permite tanto a ocupação de encostas pelos menos favorecidos como construções de grandes condomínios de luxo em nome do turismo — apontou o presidente do Crea-RJ.
Confira as cidades afetadas por deslizamentos no Rio:
Guerreiro disponibilizou engenheiros voluntários para elaborar novos laudos sobre as áreas de risco nos municípios afetados.
A vegetação formada principalmente pela Mata Atlântica faz com que a região serrana do Rio sofra frequentemente com deslizamentos. Como as encostas têm pouca terra, o acúmulo de água as torna instáveis com mais facilidade, provocando a queda de árvores.
O secretário estadual de Meio Ambiente do Rio, Carlos Minc, esteve nesta quarta-feira nos municípios atingidos pelos temporais e reforçou a necessidade de combater as ocupações irregulares e ampliar as áreas de proteção, a fim de evitar desastres semelhantes.
— Trata-se da combinação de uma catástrofe natural com uma irresponsabilidade absoluta. Prefeituras anteriores estimularam a ocupação de encostas", afirmou. "Temos que fazer mais parques, temos que cuidar dos rios, proporcionar habitação para a população e precisamos de apoio dos governos municipais", disse Minc.
A Prefeitura de Teresópolis informou que recentemente removeu 200 moradores de áreas de risco, que hoje foram destruídas pelos deslizamentos. Minc alertou que é preciso retirar, com urgência, outras 1, 4 mil famílias no município.
— Já temos área pra realocar esses moradores e recursos do PAC2 (a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento). Precisamos avançar muito rápido, porque, se continuar chovendo, a desgraça vai ser maior ainda — acrescentou.
Resgate trabalha na busca por sobreviventes em comunidade de baixa renda na cidade de Teresópolis, RJ
Foto:
agência estado
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