Esportes | 30/12/2010 09h46min
Mesmo após a reunião de 21 de dezembro, em que Grêmio e Assis definiram o salário do jogador, Antônio Vicente Martins optou por dizer que o negócio ainda não havia sido concluído. O vice de futebol do Tricolor não faz rodeios para afirmar que o Grêmio não teria como pagar a indenização de R$ 17,6 milhões que estaria sendo exigida pelo Milan para liberar o jogador.
Zero Hora — O Grêmio tem dinheiro para pagar a indenização (8 milhões de euros, cerca de R$ 17,6 milhões) que o Milan fixou por Ronaldinho?
Antônio Vicente Martins — O Grêmio não tem esse recurso, ninguém tem. Sem dúvida, é um dos dificultadores da operação. Nosso negócio é com o jogador. E já é o maior negócio do futebol brasileiro.
ZH — Então, como acreditar que ele será contratado?
Martins — Ainda haverá muitas idas e vindas. Às vezes, se esconde uma carta, se faz um recuo estratégico, se pensa melhor em casa, com a cabeça no travesseiro.
ZH — Arrisca uma previsão para o fechamento do negócio?
Martins — Com certeza, não será em 2010. Pode ser no começo de 2011. A multa é um obstáculo, e se eles permanecerem com a posição desse pagamento, esse negócio fica adiado para o final de junho (data em que se encerra o contrato com o Milan e o jogador ficará livre).
ZH— O senhor mantém a mesma convicção de duas semanas atrás quanto a um final feliz?
Martins — Continuo. Mas com os pés no chão. Estou sendo muito coerente nas entrevistas. Não retiro o meu otimismo, mas o negócio ainda não está fechado.
ZH — Como evitar a frustração dos torcedores se Ronaldinho não for contratado?
Martins — Certamente a frustração seria grande. Para o próprio jogador, que está com vontade de jogar no Grêmio, para os dirigentes e para os torcedores, que, certamente, irão nos criticar. Mas temos que ser ousados na medida certa.
ZH — O que significa isso?
Martins — Não seremos irresponsáveis. O projeto é mais do que autosustentável, é rentável para o clube, mas se concluirmos que nos falta suporte para realizá-lo, não deixaremos a conta para que os outros paguem por conta de uma vaidade pessoal.
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