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 | 30/12/2010 06h40min

Novela Ronaldinho: a hora do contragolpe

Diante da exigência do Milan, que quer grana preta, Grêmio deve assinar pré-contrato para ter Ronaldinho em junho, de graça. Tática similar usou o PSG, em 2001

Mariana Mondini  |  mariana.mondini@diariogaucho.com.br

A barreira de R$ 17 milhões que existe entre Ronaldinho e Grêmio estimulou o Tricolor a tirar o Plano B da gaveta. Ao se negar a pagar o valor pedido pelo Milan, a direção gremista admite contar com o jogador apenas em junho de 2011 - quando vence o contrato.

Para isto, o meia assinaria pré-contrato no dia 15 de janeiro. Por ironia, dez anos depois, repete-se a tática com a qual ele deixou o Olímpico. Mas, agora, o Grêmio é o favorecido.

Pagar a prazo, nem pensar

O contragolpe na própria história, porém, tem um risco. Ao adiar em seis meses a chegada do jogador, o Grêmio pode perdê-lo para outro clube antes do dia 15 (não se pode assinar pré-contrato antes de faltarem seis meses para o fim de um compromisso).

E o Flamengo entrou com força na disputa - três empresas estariam dispostas a pagar os R$ 17 milhões. Em tempo: mesmo que o Milan aceite uma proposta, Ronaldinho precisa concordar em defender o clube.

Dirigente admite frustração

A direção gremista acredita na chance de fazer pré-contrato. Nele, se estipularia uma indenização em caso de rompimento.

O vice de futebol, Antônio Vicente Martins, alertou:

– De três etapas, estamos no final da segunda. Ainda haverá idas e vindas.

Mesmo assim, ele admitiu desilusão em caso de fracasso:

– A frustração seria grande. Também para o próprio jogador, que tem vontade de jogar no Grêmio. Mas é preciso ser ousado na medida certa.

Em 2001, filme de pirata

Em 2010, o Grêmio fala abertamente sobre a ideia de ter o jogador de graça ao final do contrato. Em 2001, porém, o Tricolor não sabia do pré-contrato proposto pelo PSG e assinado por Ronaldinho, na época em que a lei do passe estava em mudança.

Ele saiu de graça, em fevereiro. Na Fifa, o Grêmio conseguiu, em novembro, receber só US$ 5,9 milhões (na época, R$ 15,9 milhões - hoje seriam R$ 9,9 milhões). O volante Fábio Rochemback rendeu o dobro para o Inter naquele ano.

- O Grêmio é vitorioso porque vai receber uma quantia, enquanto o PSG dizia que levaria o jogador de graça. Porém, a Fifa validou um ato de pirataria! - resumiu, à época, o então vice-jurídico do Grêmio, Homero Belini Jr.

Capítulos do negócio

- No início das tratativas, há três meses, não se imaginava que o Milan cobrasse uma indenização para liberar Ronaldinho seis meses antes do final do contrato.

- Na terça-feira, o clube italiano avisou Assis que exigirá 8 milhões de euros (R$ 17 milhões).

- Ontem, a direção gremista admitiu que não pagará para ter o retorno do craque. Pretende esperar até o dia 15 e assinar um pré-contrato com o jogador. Mesmo artifício que o PSG usou em 2001 para tirá-lo do Tricolor.

- Neste caso, ele só viria após o dia 15 de junho. Caso um outro clube o seduza, o jogador deverá pagar uma multa ao Grêmio.

- O temor gremista é que um concorrente pague o Milan antes de 15 de janeiro. Neste caso, bastaria a concordância do jogador para ele vestir, de forma imediata, uma outra camisa.

- Na Itália, especula-se o interesse do Bologna. No Brasil, o Flamengo sonha em contratá-lo.

Dia do Grêmio 

– Volta - Bruno Collaço deve ser alternativa com a saída de Fábio Santos, que não renovou o contrato. O lateral-esquerdo, que disputou a Série B pela Ponte Preta, vai se reapresentar com o restante do elenco.

- Direção - Ídolos na década de 90, Roger e Émerson poderão voltar ao Grêmio. O ex-lateral seria um auxiliar de Renato Portaluppi. O ex-meia seria uma espécie representante para assuntos internacionais.

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