| 18/12/2010 14h32min
Aos 15 minutos do primeiro tempo, Tinga desviou de cabeça cruzamento de Alecsandro. Era o primeiro gol do Inter no Mundial. Feições enrijecidas, punhos cerrados. Uma comemoração sintomática de um dos símbolos da história recente do clube. E um dos protagonistas do time em Abu Dhabi — dentro e fora dos bem cuidados gramados árabes.
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Negociado em 2006 após a conquista da Libertadores, Tinga não pisou em Yokohama. O bi da América surgiu como uma segunda chance do destino para ele levantar a taça mundial. Tinga não se cansava de dizer: era um campeonato especial para ele. O terceiro lugar foi pouco, mas serviu como um consolo:
— Estávamos com o sentimento de acabar a temporada como perdedores, mas vimos que isso não era uma realidade. Conversamos e vimos que não era justo terminarmos o ano como derrotados, sendo que a gente conseguiu conquistar a Libertadores — afirmou Tinga, após a vitória por 4 a 2 sobre o Seongnam.
Contra o Mazembe, o meia assumiu o protagonismo, procurou o jogo, muitas vezes esteve na área - e inclusive perdeu um gol de cabeça muito parecido com o que convertera contra o Seongnam. Foi um dos poucos atletas que saiu absolvido. E um dos mais sentiram o golpe aplicado por Kidiaba e cia.
— Não sei se é surpresa. Mas é difícil sair na semifinal. Estamos tristes como todo torcedor. Acho que até mais — disse o jogador logo após o fim da partida.
Mostrando desenvoltura também longe do gramado, Tinga encarou a dor da derrota junto com o torcedor no Rotana Beach. Não fugiu do contato pessoal nem dispensou o conforto de quem esperava mais de seus ídolos.
Com o revés constrangedor, o detalhe de os jogadores não terem cumprimentado a torcida antes da partida tornou-se estopim para uma revolta entre os colorados. Muitos teriam até planejado protesto na partida de sábado. Tinga manteve a postura de liderança e rumou à entrevista coletiva de sexta-feira, mesmo sem a sua participação ter sido prevista.
— Jamais faríamos algo contra eles. Foi só a situação do planejamento que a Fifa coloca para nós. Estávamos concentrados no jogo e terminamos esquecendo. A gente sempre cumprimenta o nosso torcedor — explicou Tinga.
As palavras do meia surtiram efeito. Embuídos de um sentimento de orgulho, os colorados tomaram as acomodações do Zayed Sports City no sábado e cantaram como não haviam feito na semifinal. Vaiaram pontualmente Roth, Alecsandro e Wilson Matias. Mas, na maioria do tempo, promoveram bonito espetáculo.
A vibração emocionada de Tinga após o primeiro gol foi o sinal de agradecimento pelo voto de confiança. Um "muito obrigado" em forma de bom futebol — a especialidade do camisa 7 colorado.
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