| 11/12/2010 18h02min
Para que o Grêmio chegue à fase de grupos da Libertadores, será preciso superar um adversário sem grandes recursos, mas com motivação para fazer história. Na verdade, tentará um milagre contra o Grêmio.
Com pouco torcedores, o Liverpool jamais disputou uma Libertadores. Em 95 anos de existência, o time que tem a camisa parecida com a Inter, de Milão, e cujos torcedores são chamados de “negro-azuis”, por causa das cores do clube, azul e preto, tem em sua galeria de troféus apenas três taças. Todas de campeão da segunda divisão.
Comparando-se as folhas salariais, todo o futebol do time uruguaio custa R$ 203 mil (o salário do goleiro Victor pagaria todo o grupo principal do Liverpool e bancaria as categoria de base do clube). Apenas a do grupo profissional do Grêmio vale R$ 4 milhões. É 20 vezes maior.
Ainda assim, o técnico Eduardo Favaro aposta que seus comandados poderão surpreender no mata-mata. De férias, em Montevidéu, ele conversou na sexta-feira por telefone com Zero Hora. Aos 47 anos, o ex-atacante do Liverpool e do Nacional (URU) cita Renato como o grande nome do Grêmio. Lembra de Renato conquistando a Libertadores de 1983 sobre o uruguaio Peñarol e disse que na próxima semana passará a assistir vídeos com os últimos jogos do Grêmio no Brasileirão. Confira os principais trechos da entrevista:
Zero Hora – Como o Liverpool projeta a pré-Libertadores contra o Grêmio?
Eduardo Favaro – Esperávamos pelo Goiás, mas o Grêmio acabou caindo como o nosso adversário. Uma pena. Trata-se de um dos grandes da América. Jogaremos contra um time forte e contra a tradição do Grêmio. Infelizmente, não podemos escolher adversário. Voltaremos das férias em 4 de janeiro para pensar somente nesta decisão. Jogar a Libertadores seria algo histórico para o clube.
ZH – O que o senhor já sabe sobre o Grêmio?
Favaro – Ainda muito pouco. É claro que se trata de um dos gigantes do Brasil, mas, taticamente, ainda não os conheço. Começarei a analisar seus vídeos na próxima semana. Sei que o treinador é o Renato, uma lenda na América.
ZH – Apesar da diferença de forças, o senhor confia na classificação?
Favaro – Nós, uruguaios, não desistimos nunca. Nunca nos damos por vencidos. No futebol nada é impossível, o próprio Uruguai demonstrou isso no Mundial da África do Sul (quando a equipe uruguaia acabou em quarto). É claro que é difícil passarmos pelo Grêmio, mas haverá muita luta.
ZH – Para o Liverpool classificar-se passando pelo Grêmio seria algo comparado ao Maracanazo de 50 (quando o Uruguai batei o Brasil, no Maracanã, e conquistou a Copa do Mundo)?
Favaro – Bom, aí teríamos de ser campeões da Libertadores. O Maracanazo é a maior glória do esporte uruguaio. Não chegaria a tanto a nossa façanha, mas entraríamos para a história do clube.
ZH – O Liverpool é um time parecido com o Cerro, que enfrentou o Inter na Libertadores de 2010?
Favaro – Sim, pode-se pensar no Cerro. Temos um time de muita força física, buscamos controlar bem a bola no meio-campo e atacar em velocidade. Creio que o Cerro é uma boa referência.
ZH – Qual é o sistema de jogo do Liverpool?
Favaro – Costumamos variar conforme o adversário. Neste ano já atuamos no 4-4-2, no 3-5-2 e no 4-2-3-1.
ZH – O senhor terá reforços para janeiro?
Favaro – Temos uma boa base, formada pelos juvenis, mas virão reforços. Já contratamos Emiliano Alfaro (goleador do Campeonato Uruguaio de 2009/2010, pelo Liverpool), que estava no San Lorenzo (ARG), e Paulo Pezzolano (meia com passagem pelo Atlético-PR, em 2006, e que estava no futebol espanhol). Traremos mais dois jogadores. Queremos muito jogar a nossa primeira Libertadores.
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