Esportes | 30/11/2010 06h30min
Estreias sempre são especiais para jogadores de futebol. No caso do zagueiro Rodrigo, então, ainda mais. Sua primeira com a camisa colorada será em Abu Dhabi, no Mundial.
A ideia inicial, entretanto, era o zagueiro pegar ritmo de jogo no time B, já que no Brasileirão não poderia atuar – passou o limite de jogos pelo Grêmio. As inscrições na Copa Ênio Costamilan e no Brasileiro Sub-23 também não puderem ser feitas a tempo. Restaram, então, apenas os treinos para confirmar seu lugar entre os 23 do Mundial.
– Encarei cada treino como uma final de campeonato. Estou muito feliz em estar nesse grupo que pode fazer história – reconheceu.
- Concorrência difícil de bater
É claro que a forte concorrência da dupla campeã da Libertadores – Bolívar e Índio – é garantia de que não vai sobrar espaço. Como serão apenas dois jogos no Mundial, a tendência é a de que Rodrigo entre apenas no final de algum jogo ou em caso de lesão.
– Se não der agora, vou buscar ser titular no ano que vem – prometeu o defensor.
Só o fato de ter a oportunidade de disputar uma competição como essa, porém, deixa o zagueiro contente. Dispensado do Grêmio em agosto, o jogador corria o risco de não atuar até o final da temporada. Um acerto com o Dínamo de Kiev, da Ucrânia, detentor dos direitos do atleta, possibilitou a ida para o Beira-Rio.
– Disputar o Mundial é a coisa mais fantástica que existe para um jogador – ressaltou.
- Seguuuuuuuuuuuuura, peão!!
O futebol foi a segunda opção na vida de Rodrigo. Em vez da bola, o zagueiro preferia chapéu e botas. Nascido em Lençóis Paulista, interior de São Paulo, ele sonhava ser peão de rodeio. Seu programa preferido era assistir a rodeios em Areiópolis, cidade próxima.
– Queria muito ser peão. Inclusive me vestia a caráter, mas depois desencanei e comecei a escolinha de futebol – recorda.
O sonho de criança, porém, ainda desperta o interesse de Rodrigo. Fã de rodeio – prática que consiste em permanecer por até oito segundos sobre um animal (cavalo ou boi) –, o zagueiro colorado está ansioso para visitar a Expointer, em Esteio. Como a feira é anual, terá de esperar 2011 para assistir ao Freio de Ouro. Para matar a saudade, Rodrigo assiste quase diariamente ao Canal Rural.
- Mãe, a referência
Apesar de nunca ter passado fome, o zagueiro lembra que o início de carreira foi difícil. Com o pai separado da mãe, Maria de Lourdes, Rodrigo ajudava a sustentar a casa, com mais quatro irmãos – Érica, Edvaldo, Valdirene e Valdete.
Recentemente, perdeu a mãe, seu referencial na vida, vítima de câncer. O agravamento da doença desestabilizou-o.
– Minha irmã disse que ela precisava ficar em cadeira de rodas. Para quem sempre a viu trabalhando, é uma cena forte – recorda.
- Início também foi de dureza
Antes de virar profissional, na Ponte Preta, Rodrigo jogou pelo Rio Claro. O alojamento, no estádio, ficou na lembrança: sob as arquibancadas, o forte calor era o adversário mais temido pelos garotos na hora de dormir.
Os almoços também eram “marcantes”.
– Naquela época, fiquei uns seis meses comendo só almôndega. Hoje é a única coisa que não como mais – lembra, aos risos.
Quando o assunto é comida, inclusive, Rodrigo logo avisa que faz “um baita churrasco”. E não se preocupa em esconder o segredo:
– Tenho uma churrasqueira elétrica. Uma beleza!
- Na fila
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Conheça mais do ídolo
- Nome: Rodrigo da Costa
- Data e local de nascimento: 27/8/1980, em Lençóis Paulista (SP)
- Comida preferida: frango com batatas
- Filme preferido: Em Busca da Felicidade, com Will Smith
- Último filme que viu: Tropa de Elite 2
- Jogo inesquecível: “Final do Campeonato Brasileiro de 2008, em que fui campeão pelo São Paulo, contra o Goiás.”
- Ídolo no futebol: Aldair, zagueiro campeão do mundo pelo Brasil
- Onde passa as férias: Jurerê, em Florianópolis
- Ídolo na vida e por que: “Minha mãe, Maria de Lourdes, por ter sido uma guerreira que nunca desistiu dos seus objetivos.
- Se não fosse jogador de futebol, seria? “Peão de rodeio!”
- Grau de escolaridade: ensino fundamental
- Pior situação em campo: “Quando quebrei o braço, pelo Flamengo, em 2008, e quando jogava pelo São Paulo e vi Serginho (zagueiro do São Caetano) falecer em campo, em 2004.
- Música preferida: “Qualquer uma do Exaltasamba.”
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