Esportes | 29/11/2010 06h17min
Não ser atacante é mero detalhe. Assim como Adriano Gabiru, autor do gol do Mundial de 2006, o volante Glaydson espera sair do banco de reservas para marcar o gol do título.
– Às vezes, fico viajando em fazer o gol do Mundial. Ser campeão já é grandioso, imagina marcar o gol! Podia ser com uma tabela pelo meio, eu aparecendo como elemento surpresa – projeta Glaydson, aos risos, mas garantindo que “sonha acordado com isso”.
- Caminho já foi feito. Uma vez
Parece bastante ilógico imaginar que Glaydson, um volante reserva, fará o gol mais importante da temporada, quiçá da história do Internacional. Pelo menos, o mineiro não é virgem com a camisa vermelha. Em 67 partidas pelo clube, balançou a rede uma vez, em outubro, no 3 a 0 sobre o Guarani, pelo Campeonato Brasileiro. Em negociação para renovar contrato, que se encerra no final do ano, o jogador de 31 anos espera que o torneio nos Emirados Árabes Unidos o ajude a permanecer no Beira-Rio:
– Quero ficar. É um clube do qual gosto e, ano que vem, temos Libertadores e Recopa!
- Tímido, não. Observador
Além do desejo de igualar o feito de Gabiru, Glaydson tem características em comum com o herói de 2006. É um sujeito tranquilo, de voz serena e poucas palavras:
– É praticamente impossível me tirar do sério. Sou muito calmo, reservado, mas não tímido. Sou observador.
- Avós foram incentivadores
A infância em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), não teve grandes apertos. Embora não morasse com os pais, sempre contou com a presença deles. Preferiu, entretanto, o aconchego da casa dos avós, Francisco e Marlene, que moravam pertinho:
– Fui criado por meus avós, meus principais incentivadores. Nunca me deixaram desistir.
Nos raros momentos de lazer, Glaydson fica em casa, assistindo a filmes. Convites para sair, só para ir ao cinema, jantar com a esposa ou ir à igreja.
– Tenho hábitos simples e uma vida tranquila, sem muita badalação – garante.
- Bendito fruto entre as mulheres
Criança, Glaydson não tinha parceria em casa para bater uma bolinha. Único homem entre três irmãs, o volante começou a jogar futebol aos dez anos, na escolinha do Cruzeiro, seu primeiro time.
– Sempre tive o sonho de ter um irmão e um filho – conta.
O destino, porém, insistiu em rodeá-lo de mulheres. A primeira filha do casal chama-se Beatriz, de dez anos. Ano passado, a mulher, Helen, deu à luz outra menina, que acabou falecendo. Em janeiro, Isabelle é aguardada para completar a família. Pelo que projeta o papai, já chega com faixa de campeã.
– Mesmo não sendo titular, tenho oportunidade de jogar. Isso me deixa feliz. O Inter é o ápice na minha carreira – afirma o jogador, que já defendeu Atlético-PR, Vasco, Atlético-MG e São Caetano.
- Na fila
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