Já não bastasse o mau desempenho em campo, o Goiás tem de lidar agora com problemas internos na reta final da Série A. Após a derrota para o Grêmio por 2 a 0 na última quarta-feira, Rafael Moura abriu o verbo e falou sobre vários assuntos, criticou a diretoria por aumentar o preço de ingressos, de interferir na escalação de jogadores formados no clube e acusou alguns jogadores de não ter vontade de jogar pelo Goiás.

– Nem correr com vontade, não dividir uma bola mais forte, não aceito isso e acho que tem muita gente devendo aqui. É difícil falar, mas acho que o Felipe e outros jogadores também, se estivessem há oito jogos sem marcar, poderiam ajudar de outra maneira, com uma disposição maior. Tem muita gente que está infeliz de estar no Goiás e que não dá a mínima e não valoriza o clube – disparou o jogador, em uma de suas declarações.

 As acusações de Rafael Moura não foram bem digeridas por alguns membros da diretoria e até mesmo dentro do elenco e comissão técnica. Logo após as declarações do camisa 9, o técnico Jorginho discordou de praticamente todas elas e até mesmo Edminho Pinheiro, um dos homens fortes do futebol no clube, repudiou a maioria das afirmações do atacante em entrevista a Rádio 820.

– Não era o momento. O Felipe é um grande jogador, fez muito pelo clube, mas está atravessando uma má fase e não pode ser responsabilizado. Ele não tinha o direito de ser injusto com a diretoria, o presidente nunca o cobrou o Rafael pelo seus atos em expulsões, como na partida contra o Flamengo, que prejudicou muito a equipe. Nunca o crucificamos, se ele errou, errou e isso é coisa que acontece – declarou Edminho.

O certo é que o clima de Rafael Moura no Goiás ficou ruim. O jogador se reapresentou nesta quinta-feira com os companheiros e fez o treinamento regenerativo na academia do CT Edmo Pinheiro. Antes, o técnico Jorginho realizou uma reunião de portas fechadas com o elenco e membros da diretoria, por cerca de 30 minutos, para esclarecer alguns fatos.