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Esportes  | 03/11/2010 14h01min

Brasil Surf Pro começa de luto pela morte de Andy Irons: "É como se o Ronaldinho morresse", diz técnico

Surfistas relataram tristeza no primeiro dia de disputa na Joaquina

Cristiano Dalcin  |  cristiano.dalcin@diario.com.br

Ainda sob o baque da morte do tricampeão mundial Andy Irons, a penúltima etapa do Brasil Surf Pro iniciou nesta quarta-feira com ondas de meio metro de altura e boa formação na Praia da Joaquina, em Florianópolis. A notícia da morte do havaiano foi o assunto mais comentado na manhã desta quarta-feira.

Os surfistas lamentaram a morte daquele que foi o único surfista a competir em igualdade contra o norte-americano Kelly Slater, no início dos anos 2000. As informações desencontradas geraram dúvidas sobre as circunstâncias da morte do surfista, que teria contraído dengue em Peniche, Portugal, onde foi disputada a última etapa do circuito mundial na Europa em 2010. Além disso, o havaiano também fazia um tratamento para combater a dependência de drogas.

Bicampeão brasileiro, o paulista Renato Galvão também já foi vítima do mosquito da dengue, em 2007, no Guarujá, onde mora. Demorou quatro meses para se recuperar e voltar ao ritmo das competições:

— A dengue é um caso sério. Tem muita gente que morre e a gente nem fica sabendo. Também é preciso ter cuidado com o medicamento que vai usar — alerta Galvão.

Dois ex-integrantes do ASP World Tour, Guilherme Herdy e Marcelo Nunes, também ficaram surpresos com a morte de Irons. Tanto Herdy como Nunes destacaram o jeito de ser do havaiano, que aprendeu algumas lições da vida após o período de rivalidade com Kelly Slater criado pela mídia.

— Ele era um cara super educado. Fiquei imaginando a família dele e fiquei triste pra caramba. Até chorei — conta Nunes.

Herdy teve “o prazer de competir” com Irons algumas vezes durante o ASP World Tour. Nunca venceu, mas lembrou que o havaiano sabia usar as regras da competição com maestria, e respeito ao adversário.

— O cara arrebentava e vai ser uma grande perda para nós da comunidade do surfe. Era um cara novo, que tava iniciando a uma nova fase na vida, e tinha o coração bom para caramba — definiu.

O técnico Alberto Jacob resumiu o impacto da notícia para a comunidade do surfe:

— Ainda não caiu a ficha. É como se o Ronaldinho tivesse morrido, comparando o surfe ao futebol.

Foto: Karen Wilson, ASP

Ki Fornari lembra 2003

O surfista e radialista Ki Fornari, responsável pelo boletim das ondas da Rádio Atlântida, também exaltou o nome de Irons. Ele lembrou a temporada 2003 do Circuito Mundial de Surfe. Naquele ano, o astro Kelly Slater se dedicou integralmente à briga pelo título, mas não superou o havaiano.

— O surfe perde seu maior nome nesta década depois de Kelly Slater. Ele foi tricampeão. Em duas destas temporadas, Kelly Slater se dedicou parcialmente, mas em um ano ele disputou quase todas as provas, e Andy Irons foi o único cara que conseguiu derrotá-lo depois dos anos 2000, que foi a fase mais porrada de sua carreira.

A competição

As meninas entraram na água primeiro para a disputa das baterias da primeira fase e das quartas de final e a paulista Suelen Naraísa ficou a duas baterias do título brasileiro. Juliana Quint e Diana Cristina, que podiam se aproximar da paulista na liderança do ranking, perderam logo na primeira fase. A catarinense Gabriela Leite fez bonito e está nas semifinais.

Após as oito baterias da competição feminina foi a vez do início do evento masculino, com as oito baterias da primeira fase. Marcelo Nunes, Guilherme Herdy, Willian Cardoso, Diego Rosa, Marco Polo, Caio Ibelli, Victor Ribas e Raphael Becker são alguns dos surfistas escalados nas baterias iniciais do evento que continua até 18h30min desta quarta-feira. Os candidatos ao título brasileiro devem competir apenas a partir de quinta-feira.

CLICESPORTES
Fabio Minduim/ Maxsports  / 

Surfistas fizeram um minuto de silêncio na Joaquina em homenagem a Irons
Foto:  Fabio Minduim/ Maxsports  / 


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