| 02/10/2010 09h40min
No mesmo auditório Rogério Steinberg, na Gávea, onde há quatro meses anunciou a contratação de Zico, intitulada como a maior conquista de sua administração, Patricia Amorim, em coletiva, oficializou a demissão do Galinho, que já havia anunciado o seu afastamento na madrugada de sexta-feira. Por enquanto, o futebol rubro-negro está acéfalo.
Antes de sentar à mesa para explicar os motivos da demissão do ídolo, Patricia Amorim passou ao lado da estante onde repousa uma publicação na qual se lê na capa: Zico fica. Doce ironia. O ídolo já havia deixado a Gávea e, com ele, levou o comando do futebol. Vinícius França, vice de futebol que chegara junto com o Galinho, também pediu demissão.
Por enquanto, este setor segue sem comando e a questão só deve mesmo ser resolvida a partir de segunda-feira. O temor da diretoria agora é que haja resistência de alguns nomes para gerir o futebol. A não ser que seja uma velha raposa, outros nomes podem hesitar ao observar que até mesmo Zico não resistiu ao fervor do caldeirão político.
Na tentativa de amenizar o caso e mostrar serenidade, Patricia Amorim evitou críticas fortes ao presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, o Capitão Léo.
– O Conselho Fiscal está no seu papel de fiscalizar. É importante que haja esse controle. Às vezes, a gente pode questionar a forma que se apresenta isso. Até porque as coisas são esclarecidas, e serão sempre – afirmou Patricia Amorim.
A dirigente negou com veemência a participação de Bruno Coimbra, filho de Zico, em negociações do clube. Na parede, ainda repousava o quadro com a publicação sobre o ídolo. Mas Zico, desta vez, não fica.
Confira a entrevista com a presidente Patricia Amorim:
– Como você recebeu a notícia da demissão de Zico?
Eu estava em casa vendo o debate dos presidenciáveis e às 0h28 recebi um SMS do Zico, dizendo que só havia chegado em casa àquela hora e que tinha nascido o neto dele, o que o deixava feliz e que ele queria conversar comigo pessoalmente. Mas que ele postara no site dele o pedido de demissão. Falava apenas sobre isso e agradecia a confiança.
– O trabalho de Zico foi muito prejudicado?
Se não funcionou, não faltaram tentativas e ações. Ainda não foi dessa vez que ele ficou mais tempo com a gente. Nós não desistimos da ideia, ele realmente plantou uma semente. Com isso, tenho total convicção de que ele vai ficar totalmente satisfeito. Minha gratidão vai ser trabalhando cada vez mais.
– Acredita que o Zico deveria ter resistido mais às pressões sofridas?
Eu gosto desse desafio. Cada um age de uma forma. Não estou aqui para julgar a postura do Zico. Estou aqui para agradecer. Gostaria que ele tivesse ficado mais. Essas acusações serão esclarecidas devidamente no fórum adequado em que devem ser resolvidas.
LANCEPRESS
Patrícia Amorim declarou que gostaria que Zico tivesse ficado mais tempo no clube
Foto:
Gilvan de Souza, Lancepress
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