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 | 30/09/2010 16h09min

Adesão à greve nacional dos bancários cresce em Santa Catarina

Falta de atendimento à população irritou alguns clientes nesta manhã em Florianópolis

Atualizada às 16h13min Francine Cadore  |  francine.cadore@diario.com.br

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A adesão dos bancários de Florianópolis à greve nacional da categoria pegou de surpresa alguns moradores da Capital nesta quinta-feira. Clientes que foram até às agências e encontraram as portas fechadas não esconderam o descontentamento.

Agências no entorno da Praça XV de Novembro, no Centro de Florianópolis, foram alvo de muitas reclamações nesta manhã. O fechamento das agências impediu a realização de serviços bancáríos e também o acesso aos terminais de autoatendimento.

— Não dá para aguentar quando somos prejudicados. Preciso pagar minhas contas e porque eles fecharam a agência, vou ter de pagar juros. Eu odeio essa greve! — desabafou a manicure Margarida Silva.

A aposentada Maria Godin precisava retirar um catálogo que havia deixado na agência, mas como as portas estavam trancadas, não conseguiu recuperá-lo.

Já a dona de casa Cristina Jorge apoia a manifestação dos bancários. Ela sabe que a greve é um direito constitucional, mas lamenta que tenha sido prejudicada pela falta de atendimento. Cristina gostaria de fazer uma consulta nos terminais de autoatendimento e precisava de auxílio dos funcionários. Como não pôde entrar na agência, teve de se dirigir até à unidade da Rua Tenente Silveira, no Centro da Capital, que estava aberta.

— Eu esqueci a senha e sem a ajuda de um profissional, não consigo retirar o dinheiro. Vou ter de ir até lá (Rua Tenente Silveira).

Sindicalistas — integrantes do sindicato dos bancários de Florianópolis e região — concentraram-se em frente às agências fechadas para conscientizar a população sobre as razões da greve. Entregaram a "carta aberta aos clientes" — folder com as reivindicações — e conversaram com quem passava pelas calçadas.

Alternativa aos clientes

Pelo menos, 49 unidades estão fechadas na Grande Florianópolis. O secretário de formação política do sindicato dos bancários de Florianópolis e região, Artur Rafael Tempesta, disse que a adesão à greve cresceu no segundo dia de paralisação. Na Caixa Econômica Federal, 100% das agências estão fechadas. Já no BB e no BB/BESC o número de agências fechadas aumentou, chegando à marca de 30 agências em greve. Agências privadas, como Itaú, Santander, Bradesco e Safra, do Centro de Florianópolis, estão fechadas.

Tempesta garante que, pelo menos, uma agência de cada banco permanece aberta para oferecer uma alternativa de atendimento aos clientes.

Quem precisa fazer serviço bancário, deve se planejar. As agências abertas estão com bastante movimento. Para pagar contas e retirar dinheiro, a dica é ir às lotéricas ou procurar os terminais de autoatendimento "autônomos" - situados fora das agências, em shoppings e postos de combutíveis.

Greve por tempo indeterminado

Em Santa Catarina, todos os sindicatos da base da Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro/ Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Fetec/Contraf) rejeitaram a proposta de 4,29% proposta pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e deflagraram a greve por tempo indeterminado na terça-feira à noite.

Segundo o sindicato, agências de Florianópolis, Blumenau e Itajaí, no Vale do Itajaí, São Miguel D'Oeste, Chapecó e Concórdia, no Oeste, Joaçaba e Videira, no Meio-Oeste, Criciúma e Araranguá, no Sul, Itapema, no Litoral Norte e Tijucas, na Grande Florianópolis estão fechadas.

Reivindicações

Os bancários dizem que só voltam às atividades se houver acordo com a Fenaban. Eles reivindicam reajuste salarial de 11%, abertura de concurso público para os bancos públicos, mais contratações para as agências privadas, participação nos Lucros e Resultados (PLR), vale-refeição, vale-alimentação, auxílio-creche, pisos maiores, auxílio-educação para todos, segurança contra assaltos e sequestros e melhores condições de trabalho.

Segundo a Fenaban, os grevistas abandonaram a mesa de negociações, apesar de a Federação ter garantido reposição da inflação a fim de negociar aumento real. A entidade diz também que aceita discutir os benefícios da convenção coletiva, inclusive a participação nos lucros e resultados.

Ainda conforme a Federação, os bancários vêm recebendo aumento real, acima da inflação, todos os anos, desde 2004, e contam com a melhor convenção coletiva de trabalho do país, a única de âmbito nacional e garantia de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A entidade aponta também que os bancários têm a maior lista de benefícios, incluindo a menor jornada de trabalho do país, de seis horas e cinco dias por semana (30 horas semanais, enquanto a jornada legal para outras categorias é de 44 horas semanais).

 
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