Esportes | 06/09/2010 07h34min
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Jonas curtiu ontem o descanso merecido de quem decidiu no sábado. Depois de fazer os dois gols do Grêmio no 2 a 2 com o Botafogo, o atacante curtiu o domingo de sol em Gramado. Pegou a namorada, Melina, e subiu a Serra para se aproveitar o dia luminoso de inverno. De lá, saiu direto para o Vale do Sinos, onde jantaria com o goleiro Marcelo Grohe.
– Vou lá filar uma boia – divertiu-se, por telefone, enquanto deixava o zoológico de Gramado, já no final da tarde, para pegar a estrada.
O atacante está mesmo rindo à toa. Com os dois gols de sábado chegou a oito no Brasileirão. Está em segundo na tabela de goleadores, atrás de Bruno César, do Corinthians, e de Elias, do Atlético-GO, ambos com nove. Outra vez, reafirmou a condição de decisivo. Sozinho, ele é responsável por 34,8% dos 23 gols do Grêmio no Brasileirão.
Espécie de patinho feio para a torcida, chegou a ser emprestado para a Portuguesa em 2008 antes de conquistar espaço. Conseguiu no ano passado, mas uma lesão na reta final do ano o impediu de alcançar a meta pessoal de 30 gols. Parou com 24, número já ultrapassado em 2010: são 27, entre Gauchão, Copa do Brasil e Brasileirão.
Jonas costuma registrar seus gols. Mas na memória. Tem todos guardados e sabe os números na ponta da língua. O que ele desconhecia é que seus gols renderam, de forma direta, seis pontos ao Grêmio neste Brasileirão. Foi quando evitaram derrota (contra Vasco, Cruzeiro e Botafogo) ou deram vitória (Guarani).
Aos 26 anos, Jonas garante estar pronto para assumir a função de personagem do time, apesar de jurar não se preocupar com protagonismo.
– Procuro ter humildade e pés no chão. Não quero ser o melhor – garante.
Mesmo que mantenha em segredo a meta para 2010, seus planos passam por superar a barreira dos 30 gols e disputar a condição de goleador do Brasileirão. Faltam só três. Mas sua média é de quase de um gol a cada duas partidas. Ou seja, ainda terá pela frente um turno inteiro para ir bem além da sua meta. Mas, segundo ele, isso fica para depois. A urgência é tirar o Grêmio da “zona de desconforto” – maneira mais suave encontrada por Jonas para se referir à turma do rebaixamento.
O gol do empate no Rio a cinco minutos do fim teve um segredo só ontem revelado por Lúcio. Enquanto ajeitava a bola para cobrar a falta, viu Jonas se aproximar e orientá-lo:
– Faz ela (a bola) cair perto do goleiro que eu vou fazer o gol.
Lúcio seguiu a orientação do companheiro. Mandou a bola entre a marca do pênalti e o goleiro Jéfferson. Na comemoração, Jonas correu para abraçar o lateral.
– Eu disse! Eu disse! – sorriu Jonas.
Depois do jogo, o atacante resumiu a reação do time no Engenhão:
– Isso é a cara do Grêmio, pô!
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