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 | 31/07/2010 20h34min

Saiba mais sobre a trajetória do goleiro Renan, do Avaí, até chegar à Seleção

Arqueiro foi descoberto por empresário em jogo amador

Paola Loewe  |  paola.loewe@diario.com.br

É difícil achar alguém que não saiba da convocação do goleiro Renan, do Avaí, para a Seleção Brasileira. O que muitos desconhecem é que esta não foi a primeira vez que ele virou o centro das atenções, e nem ele deve lembrar. O pequeno Koko, como é chamado em São João Batista, tinha apenas 12 dias quando representou Jesus em uma encenação na missa de Natal.

Teria recebido, ali, uma benção? Pode ser. Mas o fato de estar onde está, aos 19 anos, não é apenas obra divina. Renan, devoto da Santa Madre Paulina, tem uma história de vida que serve de exemplo e pode fazer dele não apenas um jogador de sucesso, mas uma referência para quem pensa em seguir os mesmos passos.

Quando nasceu, em 12 de dezembro de 1990, era comum as grávidas de São João Batista terem os filhos na cidade vizinha. Com a mãe, Cleide Aparecida Soares, não foi diferente, o que explica o nascimento em Nova Trento. Mas ele se considera batistense e orgulha a todos que ali moram e acompanham sua carreira.

A mãe ainda estava de repouso, mas permitiu que Renan fosse levado pelos avós à Igreja Matriz de São João Batista, com menos de duas semanas, para encenar o nascimento de Cristo. Sem poder assistir, ela quis saber como foi e se emocionou ao ouvir os depoimentos.

— Não havia como ensaiar, afinal, ele ainda era bebê. Mas o Renan abriu os braços exatamente quando anunciaram a chegada de Jesus — conta a mãe.

Nove meses depois, um susto. Ele caiu do berço e quebrou um dos braços. Ficou com um certo trauma de médico, não das quedas ou das aventuras. A infância foi vivida intensamente no Bairro Tajuba 1, quase sempre na companhia do único irmão, Darlan Soares Reuter, dois anos mais velho. A dupla gostava de andar de bicicleta na praça, ir na sorveteria, tomar banho de rio (às vezes escondido) e acompanhar o avô José Francisco Soares, 70 anos, nas atividades na roça, sem contar nas apresentações do grupo de dança folclórica italiana. E jogar bola, claro.

Aos seis anos, Renan ingressou na Escolinha Municipal de Futsal e passou a conciliar tudo isso com o esporte. Quando não estava  na Escola Básica Patrício Teixeira Brasil, onde cursou o Ensino Fundamental, era fácil encontrá-lo no Ginásio Manecão, onde treinou até o 12 anos, quando decidiu andar poucos metros até o Estádio Cristovão Reinert dos Santos e se dedicar ao campo.

Também foi na adolescência que o goleiro voltou pra casa. Aos quatro anos, ele havia se mudado para a casa dos avós maternos, no mesmo bairro. Os cuidados exigidos no tratamento de uma lesão no joelho o fizeram reativar o quarto na casa da mãe, que já havia se separado do pai, Silézio Reuter, 43 anos. Foi a saudade de casa que o fez desistir de treinar no Grêmio, onde não conseguiu completar a semana de testes.

— Ele me ligou chorando. Pedi para ele dizer muito obrigado, pegar as coisinhas dele e correr para a rodoviária — lembra a mãe.

Renan voltou e continuou a jogar bola por lá, além de ajudar a tia em um atelier de calçados, como fazia desde os oito anos. Em um jogo amador, chamou atenção de um empresário, passou a ganhar salário para se dedicar somente ao esporte e, após passagem rápida pelo Criciúma, foi levado ao Avaí. Chegou aos profissionais e dia 26 de julho, chamado pelo técnico Mano Menezes para defender o Brasil, voltou a ser o centro das atenções. Agora será impossível esquecer.

DIÁRIO CATARINENSE
 
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