— O Massa é mais lento do que o Alonso. Por isso, virou o piloto número 2 da equipe.

A declaração dada na última quinta-feira, dia 29, pelo ex-piloto de Fórmula-1 Nelsinho Piquet, apimenta a polêmica do "jogo de equipe" estimulado pela Ferrari no GP da Alemanha, do último domingo. Piquet está em Florianópolis para a disputa do 45º Campeonato Brasileiro de Kart, neste final de semanana, na Arena Sapiens, em Canasvieiras, no Norte da Ilha.

Após receber uma mensagem codificada pelo sistema de rádio, Massa deixou Alonso passar e abriu as discussões sobre manobras armadas na principal categoria do automobilismo mundial. Em 2008, no GP de Cingapura, Nelsinho enfrentou uma situação parecida para também beneficiar o espanhol Fernando Alonso e acabou arcando com as consequências. Perdeu o emprego na Renault, no ano passado, e não voltou mais à categoria.

— Em 80% da vezes, o Alonso está muito mais rápido do que o Massa, então, é normal uma equipe dar preferência — afirmou.

O curioso é que quando era piloto da Renault, Nelsinho não demonstrava o mesmo companheirismo. Quase sempre soltava frases irônicas e reclamava do equipamento que tinha nas mãos, supostamente inferior ao oferecido para Alonso. O tempo passou, Nelsinho saiu de cena na F-1 e hoje, aos 25 anos, a visão é um pouco diferente.

— Não é que eu fiquei decepcionado com o que ocorreu comigo. São coisas que acontecem. Entrei pelo lado errado, ouvi as pessoas erradas — salientou.

O chefão da Renault na época, o italiano Flavio Briatore, afastado do esporte por ter dado a ordem que beneficiou Alonso no GP de Cingapura, é uma das "pessoas erradas" que estão na lista negra do piloto.

— Na época, eu estava aprendendo ainda, a equipe (Renault) não era uma "Ferrari da vida", tinha dificuldades.

Certamente, o amadurecimento veio com um custo elevado que, talvez, Nelsinho demore bastante a pagar.