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 | 22/07/2010 06h20min

Campanha de vacinação e cuidados com a higiene diminuem casos de gripe A em Santa Catarina

Doença atingiu apenas dez moradores, que não tomaram a vacina

A queda no número de casos da gripe A em 2010 deixa catarinenses despreocupados, ao contrário do ano passado, quando toda a população ficou em alerta no auge da pandemia. No Brasil, 87,1 milhões de brasileiros estão imunizados contra a doença, representando 94,5% do público alvo estipulado pelo Ministério da Saúde.

A reposta imunológica apresentou impacto na redução da circulação do vírus. Com 3.321.714 moradores imunizados em Santa Catarina, a doença atingiu apenas 10, que não tomaram a vacina, durante a campanha criada pelo Ministério da Saúde.

Depois da tempestade, a calmaria chegou ao Estado. O cenário triste nos hospitais catarinenses e a preocupação com a doença, até então desconhecida, parece que ficou para trás. Os especialistas da área da Saúde do Estado creditam o sucesso do combate do vírus à campanha de vacinação e aos cuidados de higiene considerados básicos.

Apesar de a população lamentar uma morte confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde, em Balneário Camboriú, 576 amostras analisadas pelo Lacen (Laboratório Central) de suspeita do H1N1 foram descartadas, segundo Edi Speranio, gerente de imunização da Dive (Diretoria Estadual de Vigilância Epidemiológica).

No primeiro inverno, considerado o mais frio de todos os tempos, os dados demonstram que a situação está sob controle. Pelo menos em Santa Catarina. Enquanto o governo continua com a imunização para gestantes e a segunda dose para as crianças, 49 clínicas particulares estão credenciadas no Estado para aplicar as vacinas.

— Todos que tomaram estão protegidos. O impacto no inverno foi bom, com menos vírus circulando. A redução da taxa de transmissão é animadora — afirma.

Mesmo com o novo cenário, Edi garante que as práticas de higiene e os cuidados precisam continuar, porque está previsto uma segunda e terceira onda da pandemia. Por enquanto, ela lembra que no Hemisfério Norte, as informações também são animadoras.

Para o infectologista Fábio Gaudenzi de Faria, da Secretaria Estadual de Saúde, a população precisa ficar atenta aos vírus para o resto da vida. Ele ressalta que é importante tomar medidas de prevenção que ajudam no bloqueio de transmissão das doenças respiratórias. Em época de férias e frio, ele aconselha a evitar ambientes fechados, sem circulação de ar.

De acordo com o infectologista, mesmo que a Influenza A sofra mutação daqui a alguns anos, uma boa parte da população mundial pode ser imune. Faria explica que todos os que foram vacinados ou contraíram o H1N1 criaram o mecanismo de defesa somatório. Ou seja, quanto mais contato com os vírus, mais resistência.

DIÁRIO CATARINENSE
Comparativo
 
2009
Número de casos
O Brasil contabiliza oficialmente 1.175 casos confirmados de gripe A, até 15 de julho. Ao todo, no final do ano, a soma chegou a 46,1 mil casos graves em todo o país. Desse total, 3.187 em Santa Catarina.
Mortes
O H1N1 surgiu em abril, e o pico da doença foi registrado entre o fim de julho e o início de agosto. Até dezembro, foram registradas 2.051 mortes no país. Em Santa Catarina foram registradas 148 mortes.
Vacinação
Em julho, a vacina contra a gripe A ainda estava em fase de desenvolvimento, sendo que a corrida para chegar à fórmula certa começou em abril nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, o Instituto Butantan investiu R$ 100 milhões para se tornar o único órgão capaz de produzir as doses na América Latina.
Tamiflu
A distribuição do remédio foi controlada e deu prioridade para casos de maior gravidade. No ápice da epidemia, chegou a haver corrida da população para comprar o medicamento em países vizinhos.
2010
Número de casos
Segundo o Ministério da Saúde, são 675 internações em função da doença no Brasil. Delas, 256 estão na região Norte e 243 no Sul. Metade dos pacientes, em média, apresenta pelo menos um fator de risco. Em Santa Catarina são 10 casos confirmados para H1N1.
Mortes
O vírus é monitorado desde janeiro. Até agora, são 85 mortes em função da doença no país. Apesar de ser o inverno mais rigoroso na região Sul, mais da metade dos óbitos (44) foram registrados no norte do país. Em Santa Catarina, das 597 amostras recolhidas pelo Lacen, uma morte foi decorrente da doença.
Vacinação
Foram vacinados 87,1 milhões de brasileiros, até o dia 15 de julho, representando 94,5% do público alvo. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é o país que mais vacinou proporcionalmente a população, à frente de países como Estados Unidos (26%), México (24%), Suíça (17%), Argentina (13%), Cuba (10%), França (8%) e Alemanha (6%).
Tamiflu
O Estado garante que tem oferta de Tamiflu suficiente nos hospitais e que o remédio poderá ser administrado mediante receita médica sempre que necessário.
 
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