A presidente do Flamengo, Patricia Amorim, pretende demitir o goleiro Bruno por justa causa e processá-lo por danos morais e materiais devido ao prejuízo causado à imagem do clube carioca. A declaração foi dada em entrevista à Revista Época, que chega às bancas neste fim de semana. Ela foi orientada pelo conselho de juristas convocado pelo clube para analisar o caso.

A possibilidade de demissão já vinha sendo debatida, mas o caso foi analisado com calma, porque o Flamengo não queria correr o risco de pagar uma multa de € 6 milhões por romper o contrato com o jogador. Em 2009, segundo Patricia, Bruno recebeu em média R$ 250 mil mensais, incluindo salário, prêmios e patrocínio.

– Aqui, o Bruno não joga mais. Não dá. Desgastou demais a marca e a imagem do clube. E sua postura é inaceitável. Sempre teve reações intempestivas, assumiu a posição de capitão como se pudesse mandar em todos, como se fosse o dono da verdade. Havia um descontrole sim. Xingava, chutava até a garrafinha do isotônico – declarou Patricia à Época.

A presidente do Rubro-Negro comentou ainda sobre a complicada relação dela com o ex-capitão do time. Falou que Bruno sempre foi indisciplinado, mas que depois falava de sua infância de abandono para pedir desculpas. Casos como o de Bruno e de outros jogadores que se envolveram com criminosos não serão mais aceitos, reafirmou Patricia, que admitiu que no começo de sua gestão não conseguiu mudar a realidade encontrada.

– Herdei uma situação em que alguns jogadores gozavam de regalias ou privilégios. Não gostava disso, mas, com o título brasileiro, este ano, eu não tinha como mexer em nada, nem na base do time nem na comissão técnica. Era como mexer num vespeiro – contou.

Para evitar problemas, o Flamengo incluiu nos novos contratos com jogadores cláusulas em que o atleta se obriga expressamente a honrar a imagem e o bom nome do clube mantendo conduta ilibada dentro e fora de campo. Quem não cumprir, poderá ter o contrato de trabalho rompido.