Felipe Truda  |  felipe.truda@rbsonline.com.br

O paulista de Monte Aprazível Paulo Prestes, o Paulão, é mais um brasileiro a ser selecionado para jogar na NBA. Draftado pelo Minnesota Timberwolves na 45º escolha, o pivô agora segue os passos de um dos jogadores que mais admira: o catarinense Tiago Splitter, seu colega de posição, que nesta semana trocou o Caja Laboral pelo San Antonio Spurs.

A exemplo de Splitter, Paulão pretende ainda ficar um tempo na Espanha – ele defende o CB Murcia, mas mora na cidade litorânea de Málaga. Em entrevista por telefone ao clicEsportes, o brasileiro revelou ter contrato com sua equipe até 2012. No entanto, não descarta tentar uma cláusula para ser liberado e apresentar ao Timberwolves já na temporada 2011/2012.

Leia os principais trechos da entrevista no blog Zona Morta

– Vou ver como termino este ano. Dependendo de como eu terminar a próxima temporada, vou ficar mais uma aqui. Quero ver se eu termino bem a temporada 2010/2011 – diz o jogador.

 

 

 

 

 

 

 

Perfil de Paulão no site do Murcia – Reprodução, cbmurcia.com

Pivô reboteiro

Jogador da posição cinco do basquete, Paulão tem como especialidade os rebotes, sejam ofensivos ou defensivos.

– Gosto muito de contato e ajudo muito nos rebotes. É uma das coisas que mais gosto de fazer – comenta.

Lesão acaba com sonho da Turquia

Paulão chegou a ser convocado para a seleção brasileira que disputará o Sul-Americano da Colômbia, mas teve de recusar o convite e perder a chance de tentar uma vaga no Mundial da Turquia. Ele está há quatro meses sem jogar, pois sofreu o rompimento do ligamento do pé direito durante uma derrota do Murcia para o Valencia, pela Liga Espanhola.

– Um dos meus maiores sonhos era jogar um Mundial pela seleção. Joguei pela juvenil e foi uma experiência incrível. E agora eu podia ter disputado o Sul-Americano e lutar por uma vaga para ir ao Mundial – lamenta o jogador, que defendeu a seleção adulta no Sul-Americano de 2006 e nos Jogos da Lusofonia em 2009.

Observado há muito tempo

Além de ter sido escolhido pelo Timberwolves, Paulão ficou sabendo que era um desejo antigo do time. Um dia após ser draftado, o jogador recebeu uma ligação do gerente geral da franquia, David Khan, afirmando que há cinco anos os norte-americanos o observam.

– Eles me disseram que estavam contentes em me escolher, e que já me acompanhavam há mais de cinco anos. Eu disse que ainda estava sentindo a lesão e que quero trabalharia duro. Eles disseram que virão para cá me conhecer pessoalmente, conversar comigo e me explicar os planos para o futuro – conta.

 

 

 

 

 

 

 

 

Perfil de Paulão no site da NBA – Reprodução, nba.com

Gratidão ao Ribeirão Preto

O início da carreira de Paulão foi parecido com o de milhares de brasileiros que sonham em se destacar nas quadras: em uma escolinha de basquete, na pequena cidade de Monte Aprazível. De lá, partiu para Rio Preto e, depois, para Garça, onde foi observado por representantes de vários times.

– Fomos vice-campeões paulistas. No ano seguinte, fui para Ribeirão (Preto). Ali que comecei a jogar mesmo. Joguei o Campeonato Paulista e o Brasileiro adulto.

Paulão não esconde a gratidão ao time paulista, destacando a experiência de atuar sob o comando do técnico Lula Ferreira, ex-seleção brasileira e campeão do NBB 2009/2010 pelo Universo-DF, e de jogadores de nome, como os armadores Alex e Nezinho e o ala Arthur.

– Tive sorte por ter jogado em um clube grande como o Ribeirão Preto no meu primeiro ano de profissional – diz.

Evolução na Espanha

Em 2006, Paulão se transferiu para o basquete espanhol. Defendeu o Unicaja, o Rincón Axarquía e o Murcia, na última temporada. O pivô diz ter evoluído muito na posição desde que deixou o basquete nacional.

– Não há comparação! Quando cheguei à Espanha, eu era jogador de porte só defensivo, que não tinha muito fundamento no ataque. Eu era um jogador sem muita visão de jogo, e ainda preciso melhorar muito nisto. A cada ano fui evoluindo.

Elogios a Splitter

Na Espanha, Paulão passou a nutrir admiração pelo estilo de jogo de outro brasileiro: Tiago Splitter. Ao enfrentar o catarinense do Tau Cerâmica – que mudou de nome para Caja Laboral –, ele observou o que considera sua virtude:

– Ele nunca joga para ele. Mesmo sabendo que, se quiser jogar para ele, ele pode marcar a diferença em um jogo, ele sempre joga para o time, para fazer o time jogar. Isto é fundamental, porque dá mais confiança ao time.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Paulão não poupa elogios a Tiago Splitter - Eric Gay, AP

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