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 | 02/07/2010 12h50min

Brasil perde de virada para a Holanda e dá adeus ao Hexa

Robinho abriu o placar, mas a Seleção permitiu a virada dos holandeses

Paulo Ludwig  |  paulo.ludwig@zerohora.com.br

No primeiro jogo complicado que teve pela frente na Copa da África, a Seleção arrumou as malas e voltou para a casa. Depois de abrir 1 a 0 no primeiro tempo com Robinho, o Brasil sofreu o empate na segunda etapa e se descontrolou. Veio a virada com Sneijder e o sonho do hexa ficou adiado para o Mundial do Brasil, em 2014.

Veja como foi a eliminação do Brasil

A primeira etapa foi toda do Brasil. Com 1 a 0 no placar, a Seleção teve chances de matar o jogo, mas não marcou e manteve o adversário vivo no jogo. Erro crasso. Nos 45 minutos finais, uma bola despretensiosa mudou o rumo do jogo. Sneidjer cruzou, Julio Cesar saiu mal e a bola entrou. Depois disso, veio a expulsão anunciada de Felipe Melo, o segundo gol da Holanda e o desespero até o apito final do juiz Yuichi Nishimura

O JOGO

Quem assistiu ao primeiro tempo do jogo, jamais poderia prever o que viria mais adiante. Sólido na defesa e com um ataque rápido, o Brasil dominou completamente as ações do jogo. O gol não demorou a sair. Aos 10 minutos, depois de lindo lançamento de Felipe Melo, Robinho bateu de primeira e abriu o placar.

Predomínio brasileiro

O Brasil seguiu em cima, sem dar nenhuma chance para a Holanda. O goleiro Julio Cesar era um mero espectador da partida. Aos 31 minutos, chegou a aparecer o futebol bonito que todos os torcedores tanto pedem. Robinho entortou o zagueiro, tocou para Luis Fabiano, que de calcanhar serviu Kaká. O meia do Real Madrid mandou colocado e o goleiro Stekelenburg fez milagre.

No último lance da primeira etapa, Maicon ainda perdeu a chance de descansar com uma vantagem mais confortável. O lateral-direito recebeu com liberdade e bateu na rede pelo lado de fora. Parecia o cenário perfeito. Jogando bem, vencendo e convencendo contra uma grande seleção.

Pane na volta do vestiário

O problema é que o vestiário fez muito bem aos holandeses. Na segunda etapa, os papéis se inverteram. Quem procurava o jogo eram os europeus e o Brasil se defendia. Até aí, nada demais. A Seleção tinha a vantagem no marcador e tratava de protegê-la. Isso até os 8 minutos. Sneidjer cruzou na área como já havia cruzado quase uma dezena de bolas no jogo, mas dessa vez, Julio Cesar e Felipe Melo se chocaram e o volante tocou de cabeça para o gol.

Foi o fim para a Seleção de Dunga. O descontrole mostrado pelo técnico em entrevistas coletivas transbordou dentro de campo e a equipe sucumbiu à frieza holandesa. A virada veio aos 23 minutos, em mais uma bola aérea. Após cruzamento no primeiro poste, Kuyt raspou para trás e Sneijder, o melhor do jogo, completou de cabeça para o gol.

Descontrole e expulsão

O líder do destempero brasileiro, Felipe Melo, fez falta em Robben aos 28 minutos e depois pisou no craque holandês. Cartão vermelho, que todos sabiam que em algum momento iria aparecer para o volante brasileiro na Copa. Ficava muito difícil reagir.

Aos 31 minutos, Dunga ainda lançou a sua última cartada. Colocou Nilmar no lugar de Luis Fabiano e a troca fez a equipe melhorar. O Brasil tentou, pressionou, mas não tinha força nem volúpia para concluir de forma perigosa contra o gol do goleiro Stekelenburg. A cinco minutos do fim, Kaká ainda teve a bola do jogo. Ele arrancou pela esquerda, de frente para o zagueiro, entrou na área, mas bateu em cima da zaga.

Ali acabava o sonho do Brasil de conquistar a sua sexta Copa do Mundo. Resta agora secar a Argentina amanhã, contra a Alemanha, e torcer para que a nova e boa geração que está surgindo resgate a hegemonia da Seleção no futebol dentro de casa, em 2014.

Gols: Robinho, aos dez minutos do primeiro tempo; Felipe Melo (contra), aos oito, e Sneijder, aos 22 minutos do segundo tempo
Cartão amarelo: Heitinga, Van der Wiel, De Jong, Ooijer (Holanda); Michel Bastos (Brasil). Cartão vermelho: Felipe melo.
Estádio: Nelson Mandela Bay (em Porto Elizabeth).
Data: 02/07/2010.
Árbitro: Yuichi Nishimura (JAP). Assistentes: Toru Sagara (JAP) e Jeong Hae-Sang (COR)
BRASIL (1) HOLANDA (2)
Julio César; Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos (Gilberto); Gilberto Silva, Felipe Melo, Daniel Alves e Kaká; Robinho e Luís Fabiano (Nilmar). Técnico: Dunga Stekelenburg; Van der Wiel, Heittinga, Oojier e Van Bronckhorst; De Jong, Van Bommel e Sneijder; Kuyt, Robben e Van Persie.
Técnico: Bert van Marwijk
 
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