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 | 02/07/2010 05h27min

No Ataque: Uruguaios abraçam a Celeste

Diogo Olivier



Elas sorriem para a gente em todos lugares, porque o sol da bandeira do Uruguai sorri. Há bandeiras do Uruguai por todos os cantos de Montevidéu. Faça um esforço, use a imaginação. Onde mais pode ser desfraldada uma bandeira nacional? Pensou? Bem, os uruguaios pensaram antes. A Celeste que hoje enfrenta Gana por uma vaga na semifinal da Copa do Mundo está abraçada por um país inteiro.

Durante a hora e meia de voo desde Porto Alegre, tive uma ideia luminosa. Parecia uma grande sacada, ao menos. Assim que pisasse no Aeroporto de Carrasco, passaria a contar cada bandeira que avistasse nos 25 quilômetros de percurso até o hotel, no centro. Comecei bem, mas desisti na bandeira 25, passando a praia de Pocitos. Nem se eu girasse o pescoço a 360º seria possível. Era bandeira para todo o lado.

É que não é só na janela do carro ou na sacada de casa. Na terra de José Artigas e Diego Forlán, dois heróis nacionais na mesma medida nestes tempos de Copa, um de espada na mão, o outro fazendo gols na África, o pavilhão virou tsunami.

Duvida? Vou provar.

Em meio aos produtos à venda, por toda a 18 de julho. Acima das fachadas das lojas, de frente para a rua. No chão, em caixas de papelão, numa esquina de Punta Carretas. Nos ombros de homens e mulheres, velhos, jovens ou crianças. Nos caixas dos supermercados. Nos balcões dos bares. Dependurada nos tetos. Ao lado das churrasqueiras dos restaurantes. No vidro do motorista nos ônibus, TODOS os ônibus.

Mirya Ruidia percebeu que vender bandeiras do Uruguai com a seleção nas quartas de final 40 anos depois da última vez, na Copa de 1970, no México, era bom negócio. Abandonou todos os outros badulaques de sua banca, inclusive a cuia para cevar o mate. Agora, ela passa o dia sorrindo como os sóis que iluminam sua tenda, os pesos a lhe estufarem os bolsos.

— Começou quando ganhamos da África do Sul. Não esperávamos nada deste time, e veio aquele triunfo. Aí deslanchou. Eles (os jogadores) nos deram o suficiente — diz Mirya, que vendeu 313 bandeiras no dia do jogo contra a Coreia do Sul.

Hoje, às 15h30min, Mirya será uma entre os milhares que assistirão à Celeste no telão gigante armado na Praça da Independência, de frente para a 18 de Julho, o mausoléu de Artigas às costas. Não é feriado oficial, mas, como os ministros da Saúde, Daniel Olesker, e do Turismo e Esporte, Héctor Lescano, entre outras autoridades, já avisaram que não vão trabalhar para ver o jogo no telão, o sinal está dado. O Uruguai vai parar hoje. À espera de milhões de sorrisos como o do sol da bandeira nacional, um sol que sorri para a gente.

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