Único país da África ainda vivo na Copa do Mundo, a seleção de Gana enfrenta o Uruguai nesta sexta-feira, 15h30min (de Brasília), no Estádio Soccer City, em Johannesburgo, por uma das vagas nas semifinais da competição. O confronto promete ser bastante agitado, já que as duas equipes prometem um futebol ofensivo.

Com cinco gols marcados nos quatro jogos que disputou até agora, o Uruguai sabe que terá de caprichar na pontaria para avançar às semifinais da Copa do Mundo. O técnico Oscar Tabárez disse, em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira, em Johannesburgo, que o time precisará adotar um estilo mais ofensivo para vencer Gana.

– Um jogo de quartas de final de uma Copa é como uma decisão. E para ter chance de ganhá-lo você tem que marcar gols – afirmou o treinador, que disputa seu segundo Mundial à frente da seleção uruguaia – em 1990, na Itália, levou-a às oitavas de final.

O atacante Diego Forlán é a grande arma uruguaia contra Gana e tentará levar a tradicional seleção sul-americana à semifinal de uma Copa do Mundo depois de 40 anos sem o país obter o feito. Com dois gols marcados e passes decisivos, ele vem se destacando neste Mundial e tem a sua boa fase festejada pelos uruguaios.

– Nós somos sortudos por ter um jogador com a experiência e habilidade que ele (Forlán) tem e com desejo de ajudar a equipe – afirmou o técnico Oscar Tabárez.

Forlán, por sua vez, diz que o segredo do bom futebol é continuar jogando da mesma forma que sabe e desfrutar da chance de brilhar em uma Copa do Mundo. E o fato de estar atuando um pouco mais recuado, como um meia que chega ao ataque, não tem incomodado o jogador, que viu o atacante Suárez fazer três gols nesta Copa e se tornar outro protagonista da equipe.

– Eu fui escolhido para jogar um pouco mais atrás, tentando chegar depois ao gol. Se Suárez conseguir fazer mais gols, então que assim seja e espero que nos ajude a ir o mais longe possível – disse. 

Há duas mudanças em relação ao time que derrotou a Coreia do Sul nas oitavas de final. O defensor Diego Godín não se recuperou de dores na perna esquerda e será substituído por Mauricio Victorino. Além disso, Alvaro Fernández vai entrar no lugar de Alvaro Pereira no meio-de-campo.

Pelo lado de Gana, a esperança de gols chama-se Asamoah Gyan. Aos 24 anos, ele está a um gol de igualar uma marca que Roger Milla alcançou aos 42 anos: tornar-se o maior artilheiro africano em Copas do Mundo. Sem considerar o moçambicano Eusébio, que defendia Portugal, e o marroquino Just Fontaine, que jogava pela França, os cinco gols nos Mundiais de 1990 deixam o atacante camaronês no primeiro posto. Asamoah Gyan já tem quatro, três deles na África do Sul.

Nesta sexta-feira, ele pode entrar para a história não apenas como artilheiro, mas também como parte da primeira seleção africana a chegar às semifinais de um Mundial, se Gana derrotar o Uruguai, em Joanesburgo. Marrento, vaidoso e talentoso, Asamoah Gyan chama atenção também pelas danças que faz nas comemorações dos gols, algo que ele ensaia com os companheiros antes das partidas.

– Nós estamos sempre pensando em coisas novas. Se alguém tem uma boa ideia, nós logo levamos para o campo – disse.