Eufóricos, centenas de uruguaios de todas as idades invadiram a avenida principal de Montevidéu para comemorar a classificação celeste para as oitavas de final da Copa do Mundo da África do Sul. Empolgados com o desempenho da equipe do astro Diego Forlán, eles sonham com o tricampeonato mundial: "desta vez é nossa".

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A seleção "foi com tudo", desmancha-se Pablo, de 17 anos, que assistiu no colégio à vitória por 1 a 0 sobre o México, nesta terça em Rustenburgo. O resultado selou a passagem dos sul-americanos para as oitavas.

– Nunca vimos o Uruguai vencer um Mundial – diz o garoto, emocionado, pulando ao lado dos colegas.

O Uruguai conquistou as Copas do Mundo de 1930, no próprio país, e de 1950, no Brasil. Pablo garante que a façanha se repetirá na África do Sul.

– Já vemos (o capitão Diego) Lugano levantando a Copa – exagera.

– Estamos aí, estamos a quatro jogos! – de ganhar o campeonato, grita um jovem que passava buzinando em sua camionete.

Leticia, de 20 anos, assistiu ao jogo em casa, ao lado da família. 

– Deixamos meu avô chorando de emoção e descemos para festejar – contou. – O Uruguai chega à final este ano. Já superamos tudo, desta vez (a Copa) é nossa – assegura.

Com os rostos pintados com a bandeira do Uruguai, Tomás e Germán, de 13 anos, assistiram ao jogo no colégio e juram que os celestes serão "campeões do mundo".

– Um jogaço – diz Diego, de 19 anos, também otimista: – Venceremos o próximo, seja a Grécia ou quem for.

As TVs invadiram escolas, colégios, escritórios e bares na fria manhã da capital uruguaia, cujas ruas ficaram desertas enquanto o povo assistia ao jogo com o México.

Mas após o apito final, que confirmou a vitória uruguaia e sua liderança no Grupo A, o som das buzinas tomou conta da cidade e uma chuva de papel picado lotou as calçadas.

– É a primeira vez na vida que vejo o Uruguai vencer sem usar a calculadora – diz um funcionário de um escritório do centro.

O Uruguai não passava para as oitavas de final de uma Copa do Mundo desde o Mundial da Itália, em 1990. A última atuação de destaque dos "charrúas" em um Mundial foi no México, em 1970, quando eles chegaram às semifinais.