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 | 05/06/2010 09h55min

Atacante Grafite sonha com gol na Copa

Jogador diz que na sua vida as coisas acontecem nos minutos finais

Grafite jogou apenas 27 minutos com Dunga, no amistoso contra a Irlanda, antes da convocação para a Copa do Mundo. Jogador que menos atuou com o técnico, o atacante ainda vibra com a ida para o Mundial e sonha marcar um gol durante a competição.

– Minha família está muito contente, assim como eu. Há três meses, eu não tinha esperança alguma de ir para a Copa do Mundo. Contra a Irlanda, ele me convocou e eu sabia que as chances eram mínimas. Fui bem recebido pelos jogadores, comissão técnica e isso me ajudou bastante. A minha trajetória de vida sempre foi assim. Foi sempre nos últimos minutos que eu consegui realizar os meus sonhos - destacou.

– Poder entrar com o jogo resolvido é mais fácil. Mas não terá jogo fácil na Copa do Mundo. Se puder entrar, espero contirbuir. Contra a Irlanda, estava 1 a 0 e com jogo dificil. Eu contribuí para o time melhorar, buscar o segundo gol. Eu penso em um resultado adverso, entrando e fazendo gol. A gente pensa em várias coisas quando se trata de Copa do Mundo - completou.

Na última quarta-feira, Grafite também participou do amistoso diante do Zimbábue. Ele contou o sentimento de estar vivendo o clima de Copa pela primeira vez na carreira.

– Eu senti que estava na Copa quando desembarcamos, chegamos no hotel e fomos treinar. Demorou para cair a ficha que eu estava nesse grupo. Eu entrei em campo contra o Zimbábue e pude sentir que estou mesmo na Copa. Agora é concentração total – destacou.

A Seleção Brasileira treina na tarde deste sábado, em Johannesburgo. No domingo, o grupo viaja para a Tanzânia, onde pega a seleção local na segunda.

O drama do passado

Grafite começou a jogar futebol apenas aos 21 anos, idade em que parou de carregar sacos de lixo. Em equipes amadores de Campo Limpo Paulista, em São Paulo, o atacante ganhava cestas básicas e fraldas para a filha Carolina como salário.

Aos 31 anos, Grafite, natural de Jundiái (SP), lembrou do passado difícil neste sábado, em Johannesburgo. E vibrou por estar no grupo da Copa do Mundo.

– Eu comecei no futebol tarde, levei saco de lixo até 21 anos. Mas minha carreira sempre progrediu. Para a maioria dos jogadores, nada é fácil. Tem de percorrer vários caminhos. A minha não é diferente dos demais jogadores, não – destacou.

– Quando fui convocado, fui à imagem de Nossa Senhora que eu tenho para agradecer. Passou um flash na cabeça, tudo que passei –completou.

O atacante até se assustou com a quantidade de jornalistas presentes na sala de imprensa do hotel da Seleção Brasileira na África do Sul.

– Eu nunca tinha visto essa sala de imprensa assim, não. Os melhores do mundo estão aqui. Imagine quantos não queriam estar aqui? O mundo para para ver a Copa. Vamos ser os protagonistas. Isso surpreende bastante, assim como essa sala de imprensa (risos) – comentou.

LANCEPRESS
Eckehard Schulz, AP  / 

Grafite está contente de viver o clima de Copa pela primeira vez na carreira
Foto:  Eckehard Schulz, AP


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