Esportes | 24/09/2009 23h29min
O Secretário Extraordinário da Copa do Mundo de 2014 em Porto Alegre, José Fortunatti, não esconde a decepção após a primeira reunião com o Governo Federal na tentativa de conseguir incentivos para a realização das obras na capital gaúcha para a realização do evento daqui a cinco anos.
Segundo Fortunatti, na reunião, realizada na última sexta-feira, ficou claro que as obras, na área da mobilidade urbana e nos estádios, viriam apenas através de financiamentos:
– Eu acho que o Governo Federal não assumiu o papel de protagonista da Copa de 2014. Criou-se uma expectativa depois do acordo entre o presidente do país, Lula, e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, sobre a Copa do mundo. Lula assumiu a paternidade da Copa de 2014. Mas, na reunião, a história foi diferente – disse o secretário.
Fortunatti entendia que o fato de Porto Alegre ter um estádio particular como sede seria uma vantagem em relação à maioria das demais capitais que receberão partidas da Copa do Mundo de 2014. Para ele, bastaria um simples financiamento para o Inter começar as obras. Mas o Governo entende que isto é uma desvantagem para os gaúchos:
– Quem vai receber recursos do BNDES, com linhas de financiamento especial, são os estádios públicos. Vão tirar dinheiro da saúde, do saneamento básico, da habitação, pra colocar no estádio. E ainda assim, receber linhas especiais de financiamento – disse Fortunatti.
No entanto, Porto Alegre não ficou esperando apenas pelo dinheiro do Governo Federal. Obras visando a Copa de 2014 já começam a tomar forma na capital gaúcha:
– A prefeitura foi buscar R$ 400 milhões para melhorar nosso transporte coletivo. Agora, basta que o Governo Federal encaminhe o projeto ao Senado e que o projeto seja aprovado para que a prefeitura receba diretamente os recursos. E vamos pagar por isto. Estamos já fazendo obras no esgoto. A nossa parte estamos fazendo, mas tínhamos a expectativa de que, como aconteceu na França, nos Estados unidos, na Alemanha, o Governo federal entrasse com os recursos para que as obras fossem viabilizadas – revelou Fortunatti.
A construção do metrô em Porto Alegre também é um problema. O Ministro das Cidades, Mário Fortes, disse que o Governo Federal nunca assumiu esta idéia. E sim, a bancada do Governo:
– Não estamos jogando a toalha, apenas relatando o que aconteceu em Brasília. O jogo está apenas começando. Quem me conhece, sabe que não vou me dobrar a uma visão burocrática que tenta fazer de conta que o Governo Federal está fazendo parte da Copa do Mundo de 2014. Não está! - disse o secretário.
A duplicação da Avenida Tronco, na Vila Cruzeiro do Sul, é considerada fundamental para a realização dos jogos em Porto Alegre:
– Aparentemente, como o Beira-Rio é o estádio oficial, muitos pensam que a duplicação da Beira-Rio e da Padre Cacique resolveria o problema. Mas a Fifa exige o fechamento de 500 metros em torno de um estádio que vai sediar a Copa. A Beira-Rio e a Padre Cacique, em dias de jogos, ficarão fechadas da manhã até a noite. Por isto, a Avenida Tronco é estratégica para a Copa do Mundo. É um projeto de R$ 130 milhões, que a prefeitura não tem. Um projeto social fantástico, mas a prefeitura não tem este dinheiro. Isto é fundamental. Caso contrário, não saberemos o que vai acontecer.
Técnicos solicitaram que Porto Alegre encaminhasse, por ordem de prioridade, as obras de mobilidade urbana. A prioridade máxima da capital gaúcha é o metrô. Depois, os portais da cidade. Em terceiro lugar está a duplicação da Avenida Tronco.
CLICESPORTES E RÁDIO GAÚCHA
José Fortunatti está decepcionado com a postura do governo Lula em relação a Copa de 2014
Foto:
Mauro Vieira
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