| 23/09/2009 00h01min
Nos 11 anos que esteve à frente do Figueirense, Paulo Prisco Paraíso, presidente da Figueirense Participações, levou o clube a conquistas importantes. Na segunda-feira, anunciou que quer deixar o dia a dia do futebol e procurar um novo modelo de gestão na área, com a busca de novos investidores.
— Buscamos empresas que tragam mão de obra, dinheiro, jogadores, relacionamentos. Estamos tentando buscar uma coisa melhor, para frente, não para trás — afirmou o dirigente nesta terça-feira, antes de embarcar para São Paulo, onde discutirá assuntos relativos à mudança.
A alteração deve ocorrer a partir de janeiro. Até lá, Prisco busca três metas: recolocar o time na Série A, fazer o projeto de um novo estádio, com área comercial e imobiliária, e entregar o clube com as finanças em dias. Leia, abaixo, os principais trechos da entrevista concedida ao Diário Catarinense. Ao lado, ouça também a íntegra da
conversa.
O que o Figueirense está buscando para a gestão do
futebol?
A Figueirense Participações tem um contrato com o Figueirense de co-gestão no futebol, assinado em junho de 2004. Pediu uma reunião, na segunda-feira, para entregar uma correspondência administrativa ao Figueirense e oficializar que estamos buscando um novo modelo de gestão no mercado. A Figueirense Participações tem um diagnóstico que, desde 2008, alteraram-se as condições do mercado.
Qual é este diagnóstico?
Houve um esgotamento do nosso modelo. Notamos que não temos a mesma capacidade de geração de caixa que outros clubes do eixo Rio-São Paulo. Antes de 2007, um jogador vinha atuar em Florianópolis porque o Figueirense era bem administrado, pagava em dia, tinha acesso a uma terra segura, com belas praias. De lá para cá, com a entrada de alguns players importantes no mercado futebolístico, como Traffic e Grupo Sonda, entre tantos outros, houve uma alteração de patamar, de
valores, quer de salários, luvas ou empréstimo para clubes.
O Figueirense, no máximo, vendeu percentuais pequenos da participação dos direitos econômicos para alguns parceiros. Precisamos dar competitividade ao nosso modelo.
E quem são estes novos parceiros?
Nós precisamos agregar novos parceiros que coloquem recursos novos nesta administração do futebol para permitir que o Figueirense volte a ser mais competitivo. A Figueirense Participações vai buscar, até dezembro, um gestor para o departamento de futebol. Também admitimos vender o controle da empresa para permitir que ela tenha um novo sócio que chegue com novos recursos.
Pode ser a Traffic este parceiro?
É um dos players de mercado, mas não é com quem estamos conversando no momento. Estamos conversando com duas empresas, uma do Rio de Janeiro e uma de São Paulo. Eu não tenho autonomia para abrir os nomes. São empresas que atuam no mercado esportivo, que detêm direitos econômicos
dos jogadores.
Grandes times tem uma figura que
simboliza o clube, como é o caso do senhor no Figueirense. O Figueirense vai ficar órfão desta representação?
Acho que não. Na solução que buscamos, com certeza, vai ter uma figura muito mais reluzente e muito mais conhecida nacionalmente que o Paulo. Temos que buscar alguém que tenha conhecimento, relação, network, canais. Alguém com mais relacionamento e mais dinheiro que a operação do Paulo Prisco na Figueirense Participações. Fiz um trabalho de 11 anos. Tenho uma sensação de dever cumprido. Alguns podem achar que não; outros, sim. Tenho que ser inteligente para saber quando buscar um modelo novo.
É um terceiro ciclo?
Entre 1998 e 1999, quando assumimos, criou-se o Conselho de Gestão. Em 2004, a Figueirense Participações. Agora, em 2009, considerando as estruturas jurídicas do clube e da empresa, buscamos um novo modelo. Buscamos empresas que tragam mão de obra, dinheiro, jogadores,
relacionamentos. Estamos tentando buscar uma coisa melhor, para
frente, não para trás.
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