| 28/04/2009 19h30min
Não deve ser motivo de desculpa em caso de insucesso. Um verdadeiro campeão se adapta a adversidades de toda espécie, inclusive gramados ruins. De todo modo, o Inter já elegeu o seu maior inimigo na partida de amanhã à noite, contra o Náutico. São os buracos (fotos Alexandre Lops, divulgação) do Estádio dos Aflitos.
Eles estão por toda a parte. Largos, estreitos, pequenos, grandes, rasos, profundos. O repórter André Silva, da Rádio Gaúcha, contou dez em uma das laterais do campo. Isso mesmo: dez. A grama é dura. Quase um areião. Ontem, quase causei um acidente, inclusive.
Enquanto conversava comigo ao
celular caminhando pelo gramado, o Andrezinho — é como chamamos o André, já que ele não se enquadra no perfil das pessoas de
estatura avantajada — tropeçou em um buraco e quase caiu. Por pouco não atrapalho a transmissão da Gaúcha. O certo é que nunca o gramado dos Aflitos esteve tão ruim.
Como a maioria dos gols do Inter este ano aconteceu com bola no chão e troca de passes, há o receio de que a buraqueira prejudique o time com qualidade técnica superior. Pelos cálculos do vice de futebol Fernando Carvalho, que dia desses reviu todos os 76 gols marcados pelo Inter este ano, apenas 20% tiveram origem em cobranças de falta ou escanteio. Os outros todos nasceram de jogadas trabalhadas. E campo cheio de buracos não é nada bom para jogadas trabalhadas.
Mas não se ganha título, no Brasil, só jogando em campos com a grama milimetricamente cortada e verdinha.
E o
Inter sabe disso. Ou devia saber.
Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.
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