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 | 07/04/2009 02h41min

Os bastidores da queda de Celso Roth

No final do domingo, Meira ligou para demitir Roth, mas foi interrompido: “Já sei do que se trata”

Leandro Behs e Luís Henrique Benfica  |  leandro.behs@zerohora.com.br, luis.benfica@zerohora.com.br

Definida oficialmente às 22h de domingo, a demissão de Celso Roth foi o fechamento de “uma semana complicada”, conforme palavras do assessor de futebol André Krieger.


Mural: Quem deve substituir Celso Roth como técnico do Grêmio? 


O dirigente admite que a queda tomou corpo ao final do sétimo Gre-Nal sem vitórias. Durante o trajeto entre o camarote e o vestiário do Grêmio, no Beira-Rio, Krieger usou de evasivas. Pretendia evitar o constrangimento público do técnico ao sugerir em entrevistas que ele seria demitido. O presidente Duda Kroeff reconheceu as dificuldades de administrar a situação:

– Talvez Celso não saísse caso vencesse o Gre-Nal. Mas cada entrevista era uma nova crise, e o Krieger já estava ficando muito chateado.

Pouco depois das 20h, Krieger tomou o caminho de casa, um apartamento no bairro Rio Branco. Duas horas depois, recebeu a visita de Kroeff, do gerente de futebol Mauro Galvão e do assessor Luiz Onofre Meira. Uma hora depois, fecharam questão em torno da saída do técnico.

Por volta das 23h, Krieger voltou ao Olímpico, onde os jogadores se preparavam para ir à concentração do Hotel Deville, prevendo o jogo contra o Aurora. Reuniu-se com o grupo na sala de conferências e comunicou a saída de Roth.

Se a tarefa de Krieger estava cumprida, começava a de Meira. O assessor de futebol ficou com a missão de comunicar a demissão ao técnico. Telefonou avisando que o visitaria, no Morro Santa Tereza:

– Tenho que ir até tua casa para conversarmos.

– Já sei do que se trata, não precisa vir aqui. Conversaremos amanhã (ontem), no estádio – interrompeu Roth, encerrando a conversa, quase na madrugada de segunda-feira.

A amigos, Roth havia revelado na sexta-feira certeza de que seria dispensado em caso de derrota no clássico. Na verdade, começou a cair na quarta-feira, dia 1º de abril, quando constrangeu Douglas Costa ao gritar em treino dizendo que ele não jogava “merda nenhuma”. Surpreso com os termos de Roth, Krieger decidiu repreendê-lo.

Como não estaria em Caxias do Sul no dia seguinte, em jogo contra o Caxias, repassou a missão ao assessor de futebol Luiz Onofre Meira.

Com o time reserva goleado pelo Caxias por 4 a 0, o Grêmio encerrou o turno em quarto lugar no grupo e entrou no caminho do Inter. O plano inicial, de usar reservas nas quartas-de-final, foi detonado com o inesperado Gre-Nal. Roth sustentava a ideia de preservar titulares. Mas foi voto vencido, como se descobriria dia 3 de abril, sexta-feira.

Roth então deixou claro que a decisão de escalar força total no clássico era contrária a sua. Krieger sentiu-se diretamente atingido pelas críticas. Digeriu, mas desabafou com amigos.

– Foi uma deliberação minha (escalar titulares). Quando há espírito de corpo, se abraça – queixou-se.

A turbulência interna prosseguiu no sábado, 4 de abril. O meia Souza saiu em defesa do técnico, criticou a quebra de planejamento pela direção e lamentou a falta de organização. No final da tarde, em reunião no Hotel Deville, o jogador foi convocado a se retratar com a diretoria.

No domingo pela manhã, havia tensão no hotel do Grêmio. Nenhum dirigente apareceu pela manhã. Meira chegou a cobrar de forma ríspida um jornalista que projetava a demissão do técnico em caso de derrota.

A essa altura, porém, o próprio Roth sabia que sua saída era iminente.




Confira momentos marcantes da trajetória de Roth no Grêmio:


Próximo jogo:
Grêmio x Aurora
Data: 07/04 - terça-feira
Local: Estádio Olímpico
Horário: 19h
Transmissão: a definir

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