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 | 18/01/2009 03h10min

Febre amarela: bugios alertam para presença de doenças

Morte de animais no RS indicou a ocorrência do vírus que fez duas vítimas desde dezembro

Carla Dutra e Silvana de Castro

Encarados como vilões, os bugios, que desde outubro têm morrido vítimas de febre amarela, são na verdade aliados no combate à doença que matou duas pessoas no Estado. Na sexta-feira, o número de bugios encontrados mortos no Rio Grande do Sul chegou a 622.

Basta a morte de 10 animais em uma mesma área para que a suspeita de febre amarela ou de outra epizootíase (doença endêmica de animais) seja levantada e verificada.

A ausência dos macacos já é percebida por moradores do interior de municípios da Região Noroeste, que relatam não mais ouvir o famoso e estrondoso ronco nas matas.

A grande maioria das mortes é de bugio-preto, mas também há casos entre bugios-ruivos. Especialistas ressaltam que o bugio é tão vítima da doença quanto os humanos. 

— Foi pela morte dos bugios que ficamos sabendo da febre amarela na Região Noroeste — destaca Gerson Buss, biólogo integrante do Programa Macacos Urbanos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), grupo que trabalha na observação do bugio-preto.

Em Porto Alegre, na próxima terça-feira, especialistas se reunirão na Secretaria Municipal de Meio Ambiente para debater formas de educar a população quanto à importância do animal. Uma das intenções, explica a bióloga Soraya Ribeiro, coordenadora do Programa de Conservação de Fauna Silvestre, é conscientizar que o transmissor da doença é o mosquito, e não o macaco. 

— Se começarem a matar o bugio, não haverá mais sentinela — resume o biólogo Júlio César Bicca-Marques.

Os óbitos registrados pelo Estado dizem respeito aos casos que chegam à Secretaria Estadual da Saúde. Ou seja, trata-se das mortes em que técnicos das coordenarias regionais, da própria secretaria ou dos municípios são avisados, vão até o local e preenchem uma ficha de epizootíase.

Nela, são informados quantos animais foram encontrados mortos no mesmo lugar, e se foi ou não possível coletar material para exame. Até o final da tarde de sexta-feira, a secretaria tinha a confirmação de que 23 entre os 622 óbitos foram causados pela febre amarela.

Confira gráfico:

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