| 06/12/2008 17h17min
É na propriedade rural de 13,5 hectares no interior de Ijuí, no Noroeste do Estado, que o gremista Elemar Baier, 60 anos, assistirá à última rodada do Brasileirão. Ele estará com os olhos em Porto Alegre e na cidade-satélite do Gama, no Distrito Federal. Seu Elemar confia na promessa do primogênito, o Paulo Baier do Goiás: vencer o São Paulo e ajudar o Grêmio.
Paulo Baier (no detalhe), 34 anos, é o capitão e o astro do Goiás. Ainda no vestiário do Maracanã, domingo passado, ele concedeu entrevista a ZH. Prometia fazer o possível para dar a vitória sobre o São Paulo de presente ao pai.
Na propriedade da família, no interior de Ijuí, seu Elemar segue a rotina de homem do campo. Todos os dias, ele, a mulher Ida, 58 anos, e o outro filho, Eder, 28, acordam por volta das 6h para cuidar da primeira ordenha das vacas da raça holandesa. Nem mesmo o patriarca da família escapa da lida. O avô do jogador, Alberto Baier, 86 anos, tem a regalia de sair mais tarde da cama antes de
se juntar aos netos e ao
filho no trabalho.
Além da produção diária de cerca de 500 litros de leite, a família Baier planta, no verão, soja e milho e, no inverno, trigo. Também supervisionam o trabalho do funcionário contratado pelo próprio Paulo Baier para cuidar da propriedade de quase 150 hectares do jogador.
— Diziam que não daria certo como jogador. Chegar ao profissional não é fácil — conta seu Elemar, ex-meia talentoso do futebol amador.
Neste domingo, a segunda ordenha dos animais será feita antes do horário tradicional das 17h. Só assim, ele poderá acompanhar os jogos do Goiás e do Grêmio. O gremismo do pai passou para os filhos. E por isso Paulo Baier promete motivação dupla para jogar.
— Em 2007, o Paulo estava muito preocupado com o rebaixamento. O Goiás se salvou na última rodada, com ajuda do Grêmio. Acho que os jogadores lutarão agora para retribuir. Se o Grêmio conquistar o título e meu filho fizer um gol, será perfeito — diz o pai.
Além da ansiedade da decisão, a família
administra a expectativa pela chegada de Paulo Baier. Primeiro, ele passará por Porto Alegre na segunda-feira. Depois, desembarca em Ijuí com a mulher e as duas filhas. É a hora de matar a saudade da família e da cidade, que deixou há 11 anos, para jogar no Criciúma.
— Ele adora a nossa comida. Já estou preparando salame, cuca e melado. Ele diz que em Goiânia não tem produtos da colônia como os nossos — orgulha-se a mãe, dona Ida.
Confira gráfico sobre a rodada decisiva do Brasileirão:
Seu Elemar mudará o horário da ordenha das vacas holandesas para torcer por Grêmio e Goiás
Foto:
Renoir Sampaio, Especial
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