| 05/12/2008 08h25min
Uma vitória sobre o Atlético-MG, aliada à derrota do São Paulo para o Goiás, inscreverá o nome de Celso Roth na galeria nacional dos treinadores vitoriosos. Ele quer muito esta faixa, está incomodado por críticas. Ao avaliar seu trabalho no Grêmio, o treinador destacou que vai guardar este ano com carinho, pois o grupo tem um nível de trabalho muito alto. No entanto, o comandante reconhece que carrega uma dívida com a torcida.
Acompanhe o treino do Grêmio a partir das 16h
Confira a entrevista completa com Roth
Diário Gaúcho –
Você nunca esteve tão perto de um título nacional. Já sentiu, no instinto, que chegou a hora?
Celso Roth – Não senti absolutamente nada. Nesta semana talvez sinta algo, quando o jogo se aproximar, nas palestras finais, talvez. Tomara que eu sinta, pois não sou máquina. A pessoa não pode ficar sem emoção. O futebol te maltrata, te deixa mais com mágoas do que felicidades.
Diário – Se o título vier, este sentimento de mágoa mudará.
Roth – Acho que não. Se acontecer, esta alegria é momentânea. A derrota é mais marcante.
Diário – Quando a desvantagem para o São Paulo ficou em cinco pontos, o grupo pensou que não tinha mais chances de título?
Roth – Não, porque a matemática dizia que sim. Qual a diferença entre os jogadores e o treinador? É a maturidade. Por isso, a gente diz que o
sábio só é sábio porque é velho. Quantas vezes coisas difíceis acontecem? Joga-se em casa e dá errado?
Foi o que aconteceu com o São Paulo...
Diário – A frustração do São Paulo diante do Fluminense pode ter reflexo no domingo?
Celso – Eles tinham uma expectativa de serem campeões em casa. E não conseguiram. Isso, no mínimo, mexe um pouco.
Diário – Como segurar a ansiedade dos atletas em saber o resultado do São Paulo durante o jogo do Grêmio?
Roth – Se um jogador me pede para saber de um resultado, está fora. Mas não fará isso pois sabe com quem está lidando. É inegável, porém, que eles ficarão sabendo algo pela torcida.
Diário – Terá sido um ano especial, com ou sem título?
Roth – Vou guardar este ano com carinho pois o grupo tem um nível de trabalho muito alto. Carrego uma dívida (pelos fracassos no primeiro semestre),
mas tinha 50 dias de clube. Não fui eu que escolhi os jogadores...
Diário – Teu desejo de
ficar passa pela conquista do título?
Roth – O trabalho está exposto, sendo campeão ou não. A decisão está encaminhada.
Diário – Qual teu maior acerto neste Brasileirão?
Roth – Foi ter decidido continuar no Grêmio, após aqueles tropeços contra Juventude e Atlético-GO. Para mim, seria mais fácil ter saído do clube.
Diário – O maior erro?
Roth – Não lembro de ter cometido um erro capital, apesar de algumas partidas ruins, como o Gre-Nal.
Diário – A frustração, então, qual foi?
Roth – Talvez o jogo contra o Cruzeiro (3 a 0, em Belo Horizonte) seja a derrota mais lamentada.
Diário – E o principal momento de
dúvida?
Roth – Vive-se a dúvida todo o dia. Em toda a escalação. Tu decides a vida de pessoas.
Diário – Se lidas com a vida de pessoas,
como dizes que o título será momentâneo?
Roth – O título ficará marcado, sem dúvida. Mas não posso falar sobre isto, o jogo não ocorreu. Preciso ter pé no chão.
Diário – Vai explodir sendo campeão?
Roth – Eu? Vamos ver...
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