| 25/01/2008 12h05min
O dia 25 de janeiro é comemorativo do aniversário da cidade de São Paulo. Agora, a data também é motivo de festa em Santa Catarina. Pela primeira vez na história, um time catarinense conquista o título da Copa São Paulo de Juniores, a mais importante competição nacional da categoria, em uma final contra uma equipe paulista.
O Figueirense venceu por 2 a 0 o Rio Branco de Americana (SP), com gols de Marcelo, aos 36 minutos do 1º tempo, e Marquinhos, aos 23 da etapa final. A defesa e o contra-ataque do alvinegro fizeram do grupo, que vinha tímido, respeitando os adversários "fortes" desde a primeira fase, um dos mais completos e com maior número de talentos da competição.
Os lances do primeiro tempo
A primeira etapa da decisão da Copa São Paulo começou com muito equilíbrio no campo de má qualidade do Estádio Nicolau Alayon, em São Paulo.
O Rio Branco, que vinha de uma campanha com 100% de aproveitamento, pressionava bastante no ataque, característica que foi o maior destaque do time durante o torneio. O Figueira, porém, não deixava o time paulista chegar ao gol com uma atuação impecável da defesa e muita marcação.
No meio do jogo, o contra-ataque do alvinegro catarinense não estava conseguindo chegar ao campo ofensivo. Com a dificuldade de passar pelo meio-campo, começavam os lançamentos, a maioria sem sucesso, do time catarinense.
O ataque do Rio Branco, com Helerson, avançava pela esquerda, na tentativa de liberar a marcação do meio da área e deixar o atacante Isaac cara a cara com o gol. As jogadas, contudo, eram barradas pela zaga do Figueirense, que contava ainda com apoio dos jogadores da linha de frente em um ritmo intenso no vai-e-vem do gramado e de muita união em campo.
Foi somente aos 36 minutos que saiu o primeiro gol. Massari avançou pelo lado esquerdo do meio-campo, enquanto Marcelo se deslocava para o meio da área. O passe perfeito para o atacante deixou Marcelo na cara do gol para marcar o primeiro. A bola entrou pelo lado direito do goleiro Alysson, do Rio Branco (SP), natural de Lages (SC).
Daí para frente o Rio Branco mantinha sua pressão no ataque, porém, começava o desespero dos juniores paulistas. O Figueira, com confiança e precisão, segurou bem a defesa e não permitiu maiores chances ao adversário.
A etapa final e o histórico título
Os primeiros 15 minutos do segundo tempo tiveram domínio do Rio Branco. Pelo menos no ataque. A equipe tentava desesperadamente chegar ao gol. Os paulistas tiveram boas chances, mas mais uma vez a zaga do Figueira impressionou. Se a bola passava pelos zagueiros, a barreira de Gustavo — o goleiro natural de Campinas que se tornou um dos maiores destaques da competição — não deixava passar nada.
Novamente a estratégia do contra-ataque pedia rapidez e mobilidade do time catarinense. O segundo gol, aos 23 minutos, veio justamente numa jogada de lançamento. Marquinhos estava bem posicionado, recebeu a bola na proximidade da área, matou no peito, dominou o lance e chutou por entre as pernas do zagueiro do Rio Branco. A bola ainda desviou no goleiro, mas entrou para balançar a rede.
Com uma mão na taça e o brilho de estar próxima de um título inédito, a garotada do Figueirense mantinha o ritmo de jogo com a qualidade defensiva e deixava que o Rio Branco se desesperasse em perdas de posse de bola, queda no volume de jogo e falta de armação do ataque na tentativa de correr atrás do prejuízo.
Não adiantou. Aos 43, o árbitro informou que seriam quatro minutos de acréscimo. Poderia ser a chance do Rio Branco de marcar, mas foi o Figueira quem chegou próximo do gol. Franklin sofreu pênalti que ele mesmo cobrou. A bola foi para o lado direito de Alysson, que caiu certeiro e defendeu.
O Figueira perdeu a grande chance do terceiro, mas a esta altura do jogo só faltava comemorar o título histórico e levantar a taça da Copa São Paulo, com um placar de 2 a 0 em uma equipe paulista.
A receita? Dedicação, união e humildade!
Nas palavras de Maicon Talhetti, atacante de 17 anos e um dos principais talentos da base alvinegra, o que fez a diferença para o time foi o entrosamento, a humildade diante dos adversários e a força de vontade de trabalhar.
— A cada jogo que entrávamos tínhamos muito respeito pelos adversários, os famosos times "grandes". Só que em momento algum éramos respeitados. Ninguém achava que chegaríamos até aqui. A união e a força prevaleceram em nosso clube — disse o atacante, natural de Caçador (SC).
Contra as expectativas da maioria e jogando sob pressão da torcida — o alvinegro entrou em campo seis vezes contra equipes paulistas — o Figueirense mostrou que além de ter talento no pé, também joga com um psicológico forte. Não é à toa que, mesmo surpreendendo, foi considerado um dos times mais completos da competição.
A campanha
O alvinegro catarinense perdeu apenas um
jogo, para o Pão de Açúcar, por 1 a 0, na fase classificatória. Foram oito jogos, sete vitórias — cinco delas contra times paulistas —, treze gols marcados e apenas três sofridos — a defesa menos vazada da competição. Acompanhe abaixo todos os placares do Figueira na campanha pelo título da Copa São Paulo.
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