| 13/06/2006 15h49min
Ingressos com chancela da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para uma área vip do Olympiastadion, em Berlim, estavam sendo vendidos por cambistas horas antes do início do jogo entre Brasil e Croácia, na tarde desta terca. A reportagem da Gazeta Esportiva.Net flagrou cambistas vendendo tranqüilamente as entradas por 380 euros (cerca de R$ 1.100) . Um brasileiro que negociava a compra conseguiu arrematar um dos ingressos por 330 euros (cerca de R$ 950).
O vendedor, um brasileiro que se identificou como Denílson, disse que teria comprado dois ingressos ontem, num bar em Frankfurt, de um outro brasileiro.
– Eu comprei para dois amigos que desistiram de vir na última hora e tenho que vender para não perder o dinheiro. Eu paguei 380 euros cada um – garantiu. Impresso no ingresso o real valor da entrada: 35 euros, cadeira 10 do setor amarelo do Olympiastadion, com a inscrição Confederação Brasileira de Futebol, Top Service Sobras 518379.
O esquema de ingressos com chancelas oficiais parece ser prática corriqueira no Mundial da Alemanha. A poucos metros de onde a reportagem flagrou a negociação, dois brasileiros mostravam orgulhosos dois ingressos comprados minutos antes, por 300 euros cada, de um cambista norte-americano. O ingresso, com chancela da JR Sports Marketing, também dava direito a uma área vip do estádio, no setor vermelho.
– Sem brincadeira, o cara já deve ter vendido uns 50 ingressos. Ele tinha muitos na mão – disse Paulo Oliveira, 25 anos, morador em Berlim.
A amiga, Evelyn Sauniere, 23 anos, também moradora da capital alemã, estava radiante com a possibilidade de assistir ao jogo da seleção.
– Tinha outros cambistas vendendo por 600 euros, a gente deu sorte. Vale tudo para ver o Brasil, acho que vamos ganhar por 4 a 0 – disse Sauniere, que revelou estar torcendo para a Seleção chegar à final.
Enquanto a reportagem da Gazeta Esportiva.Net conversava com Paulo e Evelyn, o cambista norte-americano apareceu novamente para oferecer os quatro últimos que tinha em mãos.
– Trezentos euros pra você que é amigo dela – ofereceu. Questionado como ele conseguira ingressos vips de uma empresa de marketing, o cambista se esquivou.
– Você é repórter? Eu não converso com jornalista – disse, botando os ingressos no bolso e deixando o local.
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