| 18/07/2007 01h23min
O acidente no vôo 3054 da TAM, que partiu da capital gaúcha e colidiu contra um prédio em frente ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, matou o ex-presidente do Inter Paulo Rogério Amoretty.
Assim que surgiu a informação que o ex-presidente estaria no avião da Tam, os telefones da presidência no Beira-Rio ficaram congestionados. Torcedores, sócios, conselheiros e até desportistas de outros clubes procuravam a confirmação da notícia, que veio 1h15min de quarta-feira.
Presidente do Inter no biênio 1998/1999, Paulo Rogério Amoretty Souza tinha 60 anos de idade, e estava ligado ao clube há mais de 15 anos.
Advogado de formação, Amoretty nasceu em Porto Alegre, no dia 19 de dezembro de 1946. Foi vice-presidente jurídico do Inter em 1992 e 1997, 1º vice-presidente, em 1994, e conselheiro nato do Inter.
Pertencia ao grupo União Colorada, liderado pelo ex-presidente colorado Arthur Dallegrave. Amoretty deixa a mulher, a contadora Carmen Dora, e os filhos Eduardo e Marcelo, ambos advogados, por inspiração do pai.
Atualmente, Amoretty era membro da Câmara de Resolução da Fifa, presidente do Instituto Gaúcho de Direito Desportivo e diretor jurídico do Sindicato Nacional do Futebol. Além disso, ele era advogado do Corinthians no Caso Nilmar, no qual o clube paulista ainda tenta evitar o pagamento de € 8 milhões ao Lyon, da França, pela contratação do ex-atacante do Inter.
Com um escritório em São Paulo, Amoretty passava parte da semana na capital paulista. No momento, ele trabalhava no recurso do Corinthians à Corte Arbitral do Esporte para pedir um novo julgamento e, assim, evitar a quitação da dívida.
Paulo Rogério Amoretty sempre foi marcado por opiniões fortes. Como vice-jurídico do clube, em 1997, ele ganhou notoriedade ao parar na frente de uma retroescavadeira da prefeitura, a fim de impedi-la de derrubar a cerca que delimitava o parque Gigante, anexo ao complexo Beira-Rio. Após o incidente com Amoretty, o então prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, acabou dando início a um processo de regularização da área do Município e que há anos estava ocupada pelo clube.
Durante a sua gestão no Inter, o título de maior expressão do clube foi a Taça São Paulo de Juniores. Amoretty perdeu o Gauchão de 1998 para o Juventude, e o de 1999 para o Grêmio de Ronaldinho. Como presidente, ele contratou jogadores de renome, como Dunga, Elivélton e João Santos, além do técnico Paulo Autuori. Em 1999, o Inter se encaminhava para ser campeão da Copa do Brasil, mas, nas semifinais, acabou eliminado após ser goleado por 4 a 0 para o Juventude, diante de um Beira-Rio com mais de 40 mil colorados.
Apoiador da gestão de Fernando Carvalho, Amoretty foi um dos principais conselheiros jurídicos do ex-presidente durante a crise da anulação dos jogos do Campeonato Brasileiro de 2005 – que acabou tirando o Inter da briga pelo título conquistado pelo Corinthians. Além disso, Amoretty era a principal ligação do Inter com a Fifa, uma vez que há anos ele era ligado à entidade.
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