| 17/12/2006 10h18min
O Inter venceu o Barcelona por 1 a 0 neste domingo e é o campeão do Mundial de Clubes da Fifa, no Japão. Adriano, muito contestado pela torcida, marcou o gol do título, 35 minutos do segundo tempo.
Tudo começou em 16 de agosto de 2006, com o título da América. Depois, o Al Ahly, do Egito. E então o temido Barcelona, muito rico e badalado, além de preferido dos japoneses. Antes da decisão, muitos entregariam a taça ao time catalão. Mas peço licença para usar o jargão: futebol se ganha com a bola rolando e dentro de campo.
A estratégia colorada era atuar em cima dos contra-ataques. O Inter passou sufoco, defendendo-se das investidas de Zambrotta, sempre livre pela direita, de Deco e Ronaldinho que, aliás, foi vítima de um revezamento de faltas para tentar pará-lo. Mas soube se defender – Fabiano Eller foi um gigante na zaga – e Clemer esteve em um dia iluminado. A criticar, os erros de passe, que levavam o técnico Abel Braga à loucura no banco de reservas. No entanto, na segunda etapa esta dificuldade foi contornada.
A atitude dos jogadores em campo demonstrava a vontade de conquistar o título. Mas apesar da raça, a dificuldade de enfrentar o campeão da Europa ficava evidente. E apesar das investidas de Iarley, Fernandão e até Índio, o gol chegou pelos pés de um atleta que saiu do banco de reservas. Adriano, que embarcou para o Japão sob os protestos da torcida e entrou no lugar de ninguém menos que o capitão Fernandão – que sentiu câimbras –, acabou dando a maior glória à nação vermelha. E com um golaço, encobrindo o goleiro do Barcelona após jogada de Iarley.
Tentando administrar os sentimentos que se misturavam após o gol, feito a 10 minutos do final da partida, valeu a experiência. Iarley – bicampeão mundial, já que ergueu a taça em 2003 com o Boca Juniors – prendia a bola no ataque. Do outro lado do campo, Clemer seguia em dia inspirado, fechando o gol.
Como não poderia deixar de ser, os últimos minutos foram os piores de todo o Mundial. Enquanto o Barça atacava, buscando reverter a situação, o técnico Abel Braga pedia o encerramento do jogo, enquanto todos os atletas do banco estavam abraçados.
Na entrega das medalhas, o presidente Fernando Carvalho repetiu o gesto que fez antes do início do jogo: abraçou um a um os atletas, agora com lágrimas nos olhos e o coração explodindo de felicidade.
Parabéns, torcedor colorado! Tu és campeão do mundo! Comemora mais uma vez porque o Barcelona já era!
Mariane Hahn
mariane.hahn@rbsonline.com.br
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