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 | 18/06/2005 18h06min

Alvinegro joga bem mas cede empate ao Papão: 3 a 3

Edmundo, que perdeu pênalti, se redimiu na etapa final com dois gols

No melhor jogo desde a classificação sobre o Corinthians na Copa do Brasil, o Figueirense empatou em 3 a 3 com o Paysandu neste sábado, dia 18, no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo marcou a estréia do atacante Edmundo no Scarpelli com a camisa alvinegra.

Destaque da partida, o Animal perdeu pênalti no primeiro tempo, mas se redimiu na etapa final balançando a rede duas vezes. O outro gol alvinegro foi marcado contra, pelo zagueiro Sílvio, após chute cruzado do atacante Alexandre.

Para o Papão anotaram o atacante Róbson (2), o Róbgol, e o zagueiro Nelinho, que garantiu o empate em gol de cabeça já nos descontos, aos 46 do segundo tempo. Assim como Edmundo, Róbson perdeu pênalti no primeiro tempo.

As duas equipes voltam a jogar no domingo, dia 26. Ainda na zona de rebaixamento, o Figueira encara o líder Botafogo, no Rio, enquanto a equipe paraense recebe o Palmeiras, em Belém.

Não dá para dizer que foi um primeiro tempo excelente, já que o Figueira saiu para o intervalo atrás no placar. Mas o volume de jogo, as chances criadas e o bom futebol de Edmundo impressionaram a assistência de tal maneira que a saída de campo ocorreu sob os aplausos da quase sempre impaciente e irascível torcida alvinegra.

Afinal, os 9.131 presentes no Scarpelli viram não só o inesperado gol de Róbson logo aos oito minutos, com a bola batendo no artilheiro após cobrança de falta e enganando o goleiro Édson Bastos, mas também 11 finalizações alvinegras, um gol anulado de forma duvidosa – aos 20, em cabeceio do zagueiro Cléber – e dois pênaltis perdidos.

O primeiro pênalti desperdiçado ocorreu aos 28, depois de o volante Axel segurar dentro da área o atacante Éder Ceccon, ex-Criciúma. Róbgol cobrou no canto direito de Édson Bastos, que mergulhou certo e espalmou para o lado.

Um minuto depois, o segundo pênalti. Edmundo recebeu pelo lado direito da área e ao passar pelo zagueiro Sílvio foi tocado. Malandro, o carioca caiu dobrando os joelhos e pedindo a falta. Porém, na cobrança, o Animal telegrafou o canto e bateu sem força suficiente para vencer o goleiro Alexandre Fávaro, que fez grande defesa.

Edmundo e Róbgol protagonizaram na etapa outros dois lances dignos de nota. Aos 17, o atacante do Papão matou no peito dentro da área, chapelou o zagueiro Bebeto e mandou de primeira à direita de Édson Bastos, mas longe do gol. Já aos 47, Edmundo se livrou com habilidade da marcação dupla e bateu cruzado da esquerda, acertando a rede pelo lado de fora.

Atrás no placar, o técnico Marco Aurélio mudou o Figueira em duas posições no intervalo, deixando a equipe mais ofensiva. No lugar do lateral-direito Paulo Sérgio, que segundo o treinador havia tomado injeção contra dores nas costas antes da partida, entrou o volante Flávio. Com isso, o meia Marquinhos Paraná passou para a lateral direita.

Também entrou o atacante Adriano, substituindo o meia Nildo. Edmundo, então, recuou, passando a jogar de meia-armador. Depois do jogo, o Animal disse que, embora tenha começado a carreira fazendo essa função, prefere atuar mesmo é como atacante:

– Talvez não seja o ideal para mim. Porque não tenho, nunca tive, força para atacar, voltar para marcar e atacar novamente. Em decorrência da partida, já que a gente estava perdendo, é válido. Mas, se cada um tivesse voltado para o segundo tempo em sua posição, com certeza a gente teria obtido o mesmo êxito.

Êxito que teve início logo aos cinco minutos, com o próprio Edmundo. Bilu levantou na área, e o Animal apareceu pelo meio da defesa para desviar de cabeça e empatar o confronto.

Depois do gol, o Figueira se manteve no ataque com a mesma constância do primeiro tempo, mas sem furar o bloqueio adversário com a freqüência anterior. Mais recuado, Edmundo caiu de rendimento.

Além de segurar a pressão alvinegra atrás, o Papão mostrou eficiência na frente. No segundo lance de perigo criado pelo ataque visitante, aos 20 minutos, o lateral-esquerdo Leandro aproveitou falha de Axel e lançou com precisão para Róbgol. O atacante apareceu livre no segundo pau e teve de tempo de ajeitar com carinho antes de fuzilar Édson Bastos.

Logo em seguida, Marco Aurélio tirou Axel, que não atuou bem e havia recebido o terceiro cartão amarelo (é desfalque contra o Botafogo), e botou Sérgio Manoel, que, por sua vez, pouco mostrou o que sabe.

O jogo, que havia esfriado após o segundo gol do Paysandu, voltou a ficar bom para o Figueira quando o volante Alemão foi expulso por falta dura, aos 32. Cinco minutos depois, Alexandre entrou pela esquerda, cortou para o meio e bateu cruzado. Sílvio tentou o corte, mas pegou mal na bola, que passou por Fávaro e entrou devagarinho no gol: 2 a 2.

A virada, aos 41, contou com boa participação de Adriano, que escorou de cabeça o levantamento de Bilu, enquanto Edmundo aparecia livre pelo meio da área e metia de primeira, sem deixar a bola cair: 3 a 2.

Primando pela cera durante o tempo em que o placar lhe favorecia, ao ponto de Leandro ter recebido o cartão amarelo por causa disso, o Paysandu acabaria beneficiado pelos três minutos de descontos dados pelo juiz Anselmo da Costa ao fim do jogo.

Aos 46, o zagueiro Nelinho ganhou no alto do lateral-esquerdo Michel Bastos e desviou de cabeça no canto esquerdo de Édson Bastos, garantindo o empate para o Paysandu fora de casa.

Se o resultado final deixou frustrados torcedores e jogadores do Figueira, o bom redimento em campo pelo menos reacendeu a esperança em dias melhores no Campeonato Brasileiro.

– Uma grande partida, grande jogo de futebol. Mas precisávamos do resultado – disse o técnico Marco Aurélio. – Achamos que com a entrada do Flávio iríamos matar a jogada aérea, mas num descuido, ou mesmo na qualidade do zagueiro adversário, cedemos o empate.

– Jogão, jogão. Quem veio a campo comprou um bom espetáculo. Seis gols, dois pênaltis perdidos. Estão de parabéns as duas equipes – afirmou Róbgol.

– O primeiro encontro é sempre importante. Dizem que a primeira impressão é a que fica. Mas com certeza vou para casa com certa frustração. Porque, independentemente de perder o pênalti e marcar dois gols, o importante para mim eram os três pontos do Figueirense – disse Edmundo, que depois do jogo viajou rumo ao Rio para visitar a família.

Com reportagem da rádio CBN/Diário.

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