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Horas depois do presidente Jean-Bertrand Aristide deixar o Haiti, na manhã deste domingo, dia 29, saqueadores invadiram as delegacias de Porto Príncipe, as prisões foram abertas e os moradores da capital fugiram enquanto armas eram disparadas. Colunas de fumaça podiam ser vistas subindo do centro da cidade, perto do palácio presidencial.
A reação dos simpatizantes de Aristide foi rápida e furiosa. Bandos armados de "chimeres", a ala mais militante e bruta dos partidários do ex-presidente, invadiram a cidade em caminhonetes, armados com pistolas e facões, vindas das favelas. Mas também houve celebrações.
– Estamos muito felizes. Não temos mais medo de ninguém. Estamos esperando que a força internacional chegue no Haiti – disse René, um projetista gráfico.
Ele estava junto com uma dezena de haitianos em uma avenida da capital. Algumas pessoas na multidão gritavam "Viva Philippe!", referindo-se a Guy Philippe, um líder rebelde que controla metade do país e cuja rebelião de três semanas ajudou a provocar a fuga de Aristide.
Saqueadores atacaram uma delegacia no bairro de Petionville, levando camisetas, capacetes e chapéus policiais. Dois homens carregavam uma geladeira nova, ainda embrulhada no plástico. Outros se apoderaram de televisões. Mais tarde a polícia retomou o controle do distrito policial.
No centro de Porto Príncipe, perto do palácio presidencial, uma grande multidão atirava pedras e xingava os jornalistas. Outras pessoas se reuniam nas esquinas, atordoadas com os eventos, de ouvido colado nos rádios. As forças de segurança dos Estados Unidos montavam guarda enquanto o chefe de Justiça haitiano, Boniface Alexandre, tomava posse como o novo presidente interino na mansão do premiê.
As informações são da agência Reuters.
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