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Aristide deixa o Haiti em meio a avanço rebelde

Rebelião para derrubar presidente do país já havia matado 70 pessoas

Frente a uma rebelião armada e crescente pressão internacional, o presidente do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, deixou seu conturbado país caribenho neste domingo, dia 29, disseram autoridades haitianas e estrangeiras. Uma autoridade do governo da República Dominicana, que compartilha a ilha de Hispaniola com o Haiti, disse que Aristide voou para lá. Mais tarde, o consulado haitiano na República Dominicana informou que ele está a caminho do Marrocos.

– Aristide partiu. Fontes importantes nos disseram que ele se foi – disse uma autoridade de segurança de alto escalão do Haiti.

Uma autoridade canadense em Porto Príncipe confirmou a notícia. O ministério do Exterior da França também confirmou sua partida. Uma autoridade dos Estados Unidos disse em Washington que "o governo (dos EUA) acredita que Aristide tomou a decisão certa pelo povo haitiano ao renunciar".

Aristide, que se transformou em herói da democracia do Haiti pela participação em um levante popular que acabou com décadas de ditadura nos anos 1980, saiu do país de 8 milhões de habitantes 24 dias apos o início de uma sangrenta revolta de rebeldes armados para derrubá-lo.

Sua partida acontece sob pressão dos EUA, França e outros países para que renunciasse e pelo fim da revolta, que matou quase 70 pessoas. A capital do Haiti, Porto Príncipe, foi abalada nesta semana por saques e violência com o avanço dos rebeldes, liderados por um ex-chefe policial e um ex-líder de esquadrão da morte.

A partida de Aristide provocou celebração entre adversários políticos, que o acusaram de violações dos direitos humanos e corrupção. A revolta armada neste mês começou após meses de tensão política.

– É ótimo para o país. É por isso que estavamos esperando. Agora estamos comemorando. Em seguida vamos voltar ao trabalho – disse Charles Baker, líder de uma coalizão de oposição formada por grupos cívicos e políticos.

Aristide, um ex-padre, assumiu o poder pela primeira vez em 1991, mas foi retirado em um golpe meses depois. Ele voltou ao poder com a invasão pelos EUA em 1994, e foi reeleito em 2000 para um segundo mandato que iria até 2006.

As informações são da agência Reuters.

 
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