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O ministro francês das Relações Exteriores, Dominique de Villepin, disse a uma delegação do governo haitiano que o presidente do país caribenho Jean Bertrand-Aristide deveria renunciar para tentar colocar fim à rebelião armada na ex-colônia francesa.
Villepin fez esse apelo durante uma reunião de uma hora com uma delegação liderada pelo ministro haitiano das Relações Exteriores, Joseph Philippe Antonio, informou o ministério francês em comunicado.
– O ministro lembrou que o presidente Aristide tem uma grande responsabilidade na situação atual e que deveria tirar as conclusões do impasse. O ministro lembrou também que cada hora é importante se quisermos evitar uma incontrolável onda de violência. Mais do que nunca depende dos haitianos estabelecer um governo de unidade nacional. – afirma o comunicado.
A delegação do Haiti deixou o Ministério sem falar com os repórteres e depois emitiu um comunicado breve afirmando que as duas partes tiveram
uma troca construtiva sobre a situação
política no Haiti e examinaram maneiras que podem levar a uma solução pacífica da crise no Haiti.
Segundo uma porta-voz da Embaixada do Haiti, uma entrevista coletiva que Antonio deveria conceder foi cancelada. Ela não deu motivos para a suspensão e disse que o ministro haitiano deixaria a França conforme agendado inicialmente.
Os Estados Unidos se juntaram à França nos pedidos de renúncia de Aristide, que enfrenta uma rebelião armada que já dura três semanas e matou 60 pessoas. Apesar do avanço dos rebeldes em direção a Porto Príncipe, capital do Haiti, o presidente se mantém firme e diz que fica no cargo até o fim de seu mandato em 2006.
Os líderes oposicionistas haitianos deveriam estar em Paris para conversas em separado com Villepin, mas não conseguiram um vôo saindo do Haiti. Autoridades francesas informaram que têm a expectativa de que essas conversas aconteçam na semana que vem.
A oposição tem insistido que Aristide não
pode desempenhar nenhum papel no futuro do
Haiti. Um desses oposicionistas sinalizou seu apoio à proposta francesa que inclui o envio imediato de uma força de paz civil para restaurar a ordem no país caribenho.
– Podemos nos unir a essa incitava porque ela permite um mecanismo que permitirá encontrar uma saída rápida para a crise – disse o porta-voz do grupo de oposição Convergência Democrática, Micha Gaillard, ao jornal Liberation em Porto Príncipe. Ele disse que o plano francês, divulgado na quarta-feira, parece ser fruto de contatos regulares entre França, Estados Unidos e outros, incluindo Canadá e os vizinhos do Haiti.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), no qual a França e os EUA têm assento permanente, informou que pode aprovar o envio de uma força de paz após governo e oposição chegarem a um acordo para compartilhar o poder e acabar com a violência. Questionado se a força de paz teria o papel de polícia ou de soldados, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da
França disse que deve ser
uma força civil e que o armamento ou não dessa força será estudado de acordo com os desdobramentos dessa situação.
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