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O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, viu-se sob pressão nesta sexta, dia 23, para renunciar caso promotores decidam indiciá-lo em um caso de corrupção que ameaça deixar os esforços de paz em um segundo plano. Em uma manobra que alguns comentaristas disseram ter por objetivo desviar a atenção do escândalo, Sharon anunciou planos de viajar para os Estados Unidos no próximo mês a fim de discutir com o presidente norte-americano, George W. Bush, o processo de paz com os palestinos, atualmente paralisado.
Uma pesquisa de opinião divulgada pelo jornal Maariv mostrou que a aprovação de Sharon caiu para 33% e que 53% dos israelenses acreditavam no envolvimento dele no caso de corrupção. Mas, nesta quinta, Sharon disse a simpatizantes do partido dele, o Likud (direita), não ter planos de renunciar, mesmo diante do indiciamento de David Appel, um empresário acusado de tentar subornar o premiê.
– Cheguei aqui como primeiro-ministro e presidente do partido Likud, cargos que pretendo manter por muitos anos, ao menos até 2007 – afirmou Sharon.
No entanto, o ministro do Interior de Israel, Avraham Poraz, do Shinui (centro), partido que é o maior aliado do Likud na coalizão governista, deu indícios de que o premiê pode se deparar com um motim no gabinete de governo. Questionado sobre se Sharon deveria renunciar caso acusações sejam apresentadas contra ele, Poraz respondeu: "Certamente".
Sharon, 75 anos, e Appel dizem ser inocentes. Enquanto isso, os palestinos afirmaram temer o caos no cenário político israelense. Em um artigo escrito para o jornal Al Ayam, o comentarista Ashraf Al Ajrami disse que, encurralado, Sharon poderia promover uma "escalada militar" contra os palestinos para desviar atenção do escândalo.
As informações são da agência Reuters.
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